Livros para o Vestibular Fuvest 2024

A relação traz clássicos como “Quincas Borba”, de Machado de Assis, e poesias de Carlos Drummond de Andrade.
Por Lucas Afonso

Obras literárias da Fuvest
Processo seletivo conta com doze obras diferentes nos anos de 2023 e 2024.
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A Fundação Universitária Para o Vestibular (Fuvest) já definiu quais serão as obras literárias a compor as provas do processo seletivo da Universidade de São Paulo (USP) para ingresso em 2024.

A divulgação da relação de obras é feita pela Fuvest a cada três anos. Esses livros serão cobrados em questões das provas de Língua Portuguesa e Literatura.

Fuvest 

Tópicos deste artigo

Vestibular 2024

Quincas Borba – Machado de Assis

A obra de Machado de Assis conta a história de Rubião, que herda os bens de seu falecido amigo com a condição de cuidar do seu cão, ambos com o nome de Quincas Borba. A narrativa é um romance realista que se passa na cidade do Rio de Janeiro no século XIX. Com uma crítica à burguesia, o autor utiliza no texto tons de ironia e pessimismo.

Alguma poesia – Carlos Drummond de Andrade

Publicado em 1930, essa é a obra de estreia do autor mineiro. As poesias de Carlos Drummond de Andrade deste livro representam uma transição da primeira para a segunda fase do modernismo. Os textos poéticos provocam uma ruptura com a tradição, na estrutura, na linguagem e nas escolhas temáticas dos poemas. O conjunto de 49 textos são compostos por humor, sentimentalismos e uma reflexão à existência humana.

Angústia – Graciliano Ramos

A obra Angústia, de Graciliano Ramos, é um romance narrado por Luís da Silva, que é servidor público e escritor. Em uma espécie de autoanálise, a obra é construída a partir de uma narrativa psicológica que não é linear e envolve um fluxo de consciência. Nesse sentido, o alagoano Graciliano Ramos apresenta um monólogo interior do personagem que é essencialmente permeado pelo sentimento da angústia, o eixo central do livro.

Mensagem – Fernando Pessoa

O escritor português Fernando Pessoa traz neste livro de poemas um evidente nacionalismo, diante do heroísmo e grandeza de Portugal ressaltados pelo eu lírico. O livro Mensagem é dividido em três partes: Brasão, Mar português e O encoberto. Acontecimentos históricos marcantes como fundação da capital portuguesa Lisboa compõem os poemas de Pessoa.

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Campo Geral – Guimarães Rosa

A novela do escritor mineiro Guimarães Rosa apresenta o menino Miguilim, que mora no interior de Minas Gerais. Os fatos são evidenciados pelo narrador a partir da perspectiva do protagonista. Apesar de criança, Miguilim traz consigo reflexões existenciais complexas para sua idade. Entre as principais características do livro Campo Geral estão o lirismo e o regionalismo.

Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles

Fazem parte da narrativa em versos de Cecília Meireles os fatos que marcaram a Inconfidência Mineira. Entre os personagens que estão na ficção está a figura de Tiradentes. O livro Romanceiro da Inconfidência conta com 85 romances ou poemas de caráter narrativo. A obra faz parte da segunda fase do modernismo, conhecida como “fase da reconstrução”.

Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga

Dividido em três partes, publicadas em tempos diferentes (1792, 1799 e 1812), a obra Marília de Dierceu é essencial para compreender o arcadismo brasileiro. A narrativa de Tomás Antônio Gonzaga é composta por um extenso poema autobiográfico. Os versos mostram o amor proibido entre Maria Joaquina Dorotéia Seixa e o próprio poeta, que se coloca nos versos como o pastor Dirceu.

Nós matamos o cão tinhoso! – Luís Bernardo Honwana

A obra foi publicada em 1964, ano que iniciou a luta pela independência de Moçambique de Portugal. Entre os temas abordados no livro de contos pelo autor moçambicano estão o racismo, a violência contra a mulher, o desrespeito ao idoso e a segregação oriunda da colonização. O texto desperta um sentimento anticolonial em meio à opressão a que o país foi submetido.

Dois irmãos – Milton Hatoum

A história gira em torno dos gêmeos Yaqub e Omar, de origem libanesa que moram em Manaus. A obra mostra a construção de relações de identidade e diferença em meio à crise familiar. Além da relação de ódio entre os dois irmãos, o autor conta um pouco da história de Manaus do início do século XX.