A imposição do Enem

Em 03/07/2013 17h12 Por Adriano Lesme

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O número de universidades públicas que aderem ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em substituição aos vestibulares tradicionais cresce a cada ano. Só neste ano, oito instituições públicas de ensino superior anunciaram que o Enem passará a ser critério único de seleção a partir do ingresso para 2014. Entre elas, as universidades federais da Bahia (UFBA), de Minas Gerais (UFMG) e do Pará (UFPA).

Veja as universidades que aderiram ao Enem

A adesão ao Enem pode ser interpretada como uma decisão de democratizar o acesso ao ensino superior público e de qualidade, mas também é vista como uma imposição do Governo Federal. O sucesso do Enem depende principalmente da adesão das melhores universidades do País, na maioria públicas, pois assim mais vestibulandos se inscrevem no exame. Poucos participam do Enem apenas para avaliar o desempenho no ensino médio, que é o propósito do exame.

Todos os anos o Ministério da Educação (MEC) faz questão de divulgar que o número de inscritos no Enem bateu recorde e que esse fato comprova a credibilidade do exame. Uma falácia. O número de participantes do Enem aumenta porque ele é cada vez mais imposto para os estudantes e universidades. O exame que antes era opcional hoje virou obrigatório.

Além de substituir vestibulares, o Enem é pré-requisito para obter Certificado de Conclusão do Ensino Médio, conseguir financiamento pelo Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e concorrer as bolsas de estudo do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do programa Ciência sem Fronteiras. Nesse último caso a exigência é ainda mais polêmica, pois obriga estudantes universitários a voltar a estudar disciplinas do ensino médio. O fato gerou muitas reclamações de estudantes, como pode ser lido nesta notícia do Portal R7.

Com a aprovação da Lei de Isenção de Taxa, as universidades e institutos federais estão sendo forçadas a aderir ao Enem. Os custos dos processos seletivos eram em parte cobertos com o dinheiro arrecadado com as inscrições, mas a nova lei amplia o número de candidatos isentos, diminuindo assim a arrecadação. A UFPA afirmou que teve de aderir ao Enem para não ter um déficit de R$ 3,2 a 4 milhões com o vestibular.

Eu não sou contra o Enem, acho que ele facilitou a vida de muitos estudantes, mas ele deveria ser uma opção e não uma imposição. O MEC e as universidades deveriam ouvir mais os estudantes, afinal é para eles que o exame é feito.

Vocês podem debater o assunto na parte de comentários. Participem!