21 de março – Dia Internacional da Síndrome de Down

Data foi comemorada na semana passada. Apesar de terem conquistado muitos avanços, portadores da síndrome ainda sofrem preconceito.
Em 29/03/2018 12h49 , atualizado em 29/03/2018 13h40 Por Érica Caetano

Dia Internacional da Síndrome de Down foi celebrado em 21 de março
Dia Internacional da Síndrome de Down foi celebrado em 21 de março
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Na semana passada, mais precisamente no último dia 21, foi comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Apesar de muitos avanços no que diz respeito a forma com que a sociedade enxerga e valoriza as pessoas que possuem a síndrome, infelizmente ainda existe muito preconceito e discriminação, inclusive de onde menos se espera ou que se deveria ter.

Para quem não sabe, síndrome de Down é um distúrbio genético que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Esse distúrbio ocorre, em média, em 1 a cada 800 nascimentos e tem maiores chances de ocorrer em mães que engravidam quando mais velhas. É uma síndrome que atinge todas as etnias.

Em uma célula normal da espécie humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. A pessoa que tem síndrome de Down possui 47 cromossomos, sendo que o cromossomo extra é ligado ao par 21. 

A síndrome é diagnosticada logo após o nascimento, pelo médico pediatra que analisa as características fenotípicas comuns à síndrome, além de uma análise laboratorial clínica mais específica.
 
Apesar de algumas características físicas, mentais e motoras diferentes de um indivíduo para o outro, não existem graus da síndrome de Down. Contudo, o ambiente familiar, a educação e a cultura em que a pessoa está inserida influenciam muito no seu desenvolvimento.

Superação x preconceito

Mesmo com a data sendo amplamente divulgada, reforçando a ideia de que não há diferença naqueles que possuem a síndrome, e sim o contrário, que as pessoas com cromossomo a mais possuem o “cromossomo do amor”, não é difícil depararmos com falas e declarações grotescas, preconceituosas e estúpidas.

Um exemplo foi o caso da polêmica envolvendo a professora Débora Seabra, de 36 anos, primeira professora com síndrome de Down do país, e a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Marília Castro Neves. 

A magistrada declarou, através de postagem em rede social, crítica aos professores com síndrome de Down. Na publicação, ela indaga sobre o que pode ensinar alguém portador da síndrome a outras pessoas, principalmente às crianças. 

A mesma desembargadora já havia publicado recentemente notícias falsas em relação a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, assassinada recentemente.

Mostrando superioridade intelectual anos luz à da desembargadora, Débora respondeu as críticas feitas a ela por meio de uma carta resposta, enfatizando sua total capacidade de atuar como professora, onde finaliza com os seguintes dizeres: “Quem discrimina é criminoso!”

Débora é considerada exemplo no desenvolvimento de ações educativas no país e já recebeu, em 2015, o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, em Brasília.

Muitos avanços, mas muitos retrocessos

É revoltante observar esse tipo de comportamento em pleno ano 2018. Difícil de entender a tamanha imbecilidade do ser humano em se achar superior ao outro por motivos assim. 

Apesar de todo o trabalho de inclusão que muitas famílias, órgãos e instituições fazem constantemente, falta o principal: que as pessoas acreditem nesta inclusão de forma efetiva.

Como indivíduo que possui um membro portador da síndrome na família, fico maravilhada e encantada com os avanços que ele já conseguiu, mesmo com tanta falta de oportunidade e preconceito, mas ainda muito revoltada com o tratamento e imagem que alguns tem desses seres iluminados e de sensibilidade ímpar.

Que a data sirva de reforço e que a conscientização da sociedade aconteça todos os dias!

E você? Tem alguma mensagem para deixar sobre a Síndrome de Down? Comente!