Médico

Veja como é a vida profissional na medicina a partir da nossa entrevista com Marcos de Toledo

Medicina é o curso mais concorrido nos vestibulares
Crédito da Imagem: Shutterstock

A vida profissional dos médicos é uma rotina de cuidado e de preparação. É preciso ter bastante conhecimento e segurança para lidar com a saúde dos outros. Por esse motivo, é uma carreira gratificante, porém desafiadora.

Com o intuito de entender melhor a vida profissional na medicina, conversamos com Marcos de Toledo, coordenador em medicina do trabalho na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e Oficial de saúde de equipe no Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Médico Marcos de Toledo

Veja o que descobrimos!

Escolha de se tornar médico

O caminho de Marcos até chegar na medicina passou por várias etapas. Ele explica que morava no interior de Minas Gerais e na sua cidade havia uma faculdade muito consolidada que ministrava cursos de engenharia.

O trajeto natural dos estudantes ao terminar o ensino médio era estudar nesta instituição, assim também fez Marcos. Ele cursava engenharia mecânica, até se interessou pelas matérias, mas não era o seu sonho.

Em seguida, Marcos foi para São Paulo cursar Administração de Empresas, entretanto, seu interesse por medicina começou a crescer. Ele começou a ler cada vez mais sobre medicina até que decidiu trocar, pela última vez, de curso e começou o caminho para tornar-se médico, em 1990.

Rotina de um médico

Marcos explica que a carreira de médico disponibiliza aos profissionais a possibilidade de ter mais de um vínculo de trabalho. O médico também afirma que após formado, é importante para os profissionais da área manterem uma relação com a instituição onde fizeram a graduação. 

Ele declarou:

"O profissional, ele nunca está pronto. Ele nunca terminou. Ele vai estar sempre em formação. Eu me formei em 1996, mas até hoje,  faço cursos"

As áreas de atuação de Marcos são no Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), uma organização independente que protege a vida e a dignidade das vítimas de conflitos armados e outras situações de violência e a Ebserh que administra os 41 hospitais-escola federais no país. 

Além destas relações profissionais, ele também presta consultoria para hospitais sobre medicina do trabalho.

Características de um bom médico

No ponto de vista do Marcos, um bom médico, uma boa médica, tem que ter a consciência que é processo constante de formação. Ele explica:

"Embora a formação (em medicina) tenha um foco, como reumatologista, anestesiologista... Embora haja este foco, as capacidades que a pessoa tem que adquirir vão além disso.

Ela tem que ter um entendimento de sociologia, precisa entender o contexto de vida das pessoas, do paciente, tem que ser uma pessoa muito aberta. E tem que ler muito, muito, tem que ler bastante!"

 Marcos diz que a medicina sempre passa por mudanças e que é preciso estudar para acompanhar estas transformações. Mas, o médico também faz um alerta:

"A questão é que muito do que se lê é leitura rápida, disponível na internet. Nem tudo aquilo que se lê hoje é verdade.

Então, muito do que os médicos vão acompanhando, do que a indústria farmacêutica coloca, dos interesses de toda a indústria de saúde que está por trás da atividade médica, é importante que tenha um filtro para essa leitura para não absorver coisas que ainda não estão totalmente fundamentadas"

Marcos finaliza afirmando que o bom médico é aquele que lê muito e tem um conhecimento além do necessário para realizar o atendimento, ele tem a visão 360º e entende o contexto da sua atuação.

Dicas para quem quer se tornar médico

A importância da medicina aumenta cada vez mais com a realidade que se impõe, o risco de pandemias, a inversão da pirâmide etária e as questões ambientais. Marcos fala sobre isso ao dar dica para os jovens que querem se tornar médicos, a fim de explicitar a relevância e o significado que a profissão de médico possui. 

Ele também afirma que é necessário enxergar o aprendizado como uma coisa positiva. Por fim, Marcos recomenda:

"Todo o aprendizado que eles têm para cuidar do outro, aplicar neles mesmos, tanto a saúde física, quanto a saúde mental"

 

Por Tiago Vechi

Jornalista