E o Natal, como vai?

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Chega a época do ano em que as boas ações florescem em todos os recantos.

Entre as práticas do Natal, está a ceia em família.
Crédito da Imagem: FamVeld/ Shutterstock

Um ímpeto de solidariedade e boas ações invadem os meios de comunicação, guiado por um bom velhinho de barba longa, roupa vermelha e bochechas rosadas, um tanto quanto europeu ou norte-americano. O que se vê é o chamado espírito natalino.

A política comercial de consumismo aproveita para impregnar a ideia de que a troca de presentes é o cerne desta data. Em uma rápida viagem aos primórdios do cristianismo é possível perceber o quanto a data perdeu seu sentido desde que um tal Jesus nasceu há quase dois mil anos.

Entenda o surgimento do Natal

Apesar de não existirem provas históricas de que Jesus tenha nascido no dia 25 de dezembro, a data foi assimilada pelos cristãos a partir do processo de cristianização do Império Romano. Na civilização antiga, os romanos comemoravam nesta data o Dia do Sol Invencível, pois coincidia com o solstício de inverno no Hemisfério Norte - fenômeno em que o dia se torna o menor do ano.

Aos poucos, a cultura ocidental foi inserido elementos e implantando as comemorações do nascimento de Jesus em diversas comunidades. No entanto, a expansão dessa celebração, não significou um meio de evangelização, mas sim de mera popularização da festa.

Comércio

O que não se vê por esses dias é a lembrança do nascimento de Jesus, representação máxima da data para os ocidentais. Se fala em tudo: desde o tradicional bom velhinho até meios mais modernos de comemorações, menos da origem da festa.

Muitas ações sociais promovem um natal
mais feliz aos mais carentes.

Não é de tudo ruim. O tal ímpeto de solidariedade, sobre o qual já falei por aqui, faz uma grande diferença para os menos favorecidos. As campanhas, de iniciativas públicas, privadas e do terceiro setor, proporcionam para diversas famílias um natal mais digno.

Minha grande crítica, nem é ao fato de não se falar na origem da festa, mas deixar que ações de ajuda humanitária seja, para a grande maioria, apenas nessa época do ano. Talvez nos falte viver no tal espírito natalino todos os dias do ano. Afinal, as necessidades sociais estão aí o ano inteiro.

Em um país de extensões continentais e desigualdades sociais escancaradas, muitas famílias não têm um natal digno, uma páscoa digna, um dia das mães, dos pais ou das crianças dignos. Muitos sequer podem curtir um domingo em família com dignidade.

Especialmente neste ano em que a crise financeira está assombrando os brasileiros, não são poucos os que contam com a sorte e bondade de quem pode ajudar para celebrar o natal. É bem verdade que, muitos não podem fazer nada mais do que uma simples doação, mas foi isso que o Homem de Nazaré ensinou, doar o pouco com generosidade. Que seja sempre!

Boas festas!