Quem casa, quer casa

Por Marla Rodrigues

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Fabiana era mãe de Olaia e Sabino, que haviam se casado com Eduardo e Paulina, que também eram irmãos. Primeiro Sabino, que era gago, se casou com Paulina e vieram morar na casa de Fabiana e Nicolau, afinal ele era filho deles. No decorrer do tempo, Paulina sempre trazia o irmão, Eduardo, para “sua” casa e não demorou muito para que ele se interessasse por Olaia, e vice-versa. Os dois vieram a casar e acabaram por morar na casa de Fabiana, que lhes ofereceu casa e comida, pois o moço havia dito que não se casaria com sua filha porque não tinha meios de sustentá-la.

Não precisou muito tempo até que a convivência ali se tornasse um inferno. Nicolau, o patriarca, só se interessava por seguir procissões religiosas e se mostrar como um religioso de maior fé. Fabiana e Paulina não paravam de brigar e gritar uma com a outra, pois as duas queriam mandar na casa. E ainda tinha Olaia que por qualquer coisa chorava e ia ter com a mãe. Havia Eduardo que, desde que fora à orquestra e viu a rabeca (violino), decidiu que era nascido pra música, comprou o instrumento e tocava o dia todo. E Sabino que por ser gago tinha que falar cantando.

Em meio a toda confusão da casa, Fabiana falou com o filho para que desse jeito na esposa que não a respeitava, falou à filha que mandasse o marido parar com aquele som infernal, mas a menina não conseguia. E quando procurava seu marido, Nicolau, para que ele, como chefe da casa, sossegasse o genro e a nora, mas só o encontrava atrasado para suas passeatas religiosas.

A ação seguinte de Fabiana foi escrever a Anselmo, o pai de Paulina e Eduardo, para que ele viesse e levasse os filhos, senão ela os colocaria na porta da rua. Enquanto isso, Sabino falou à mulher. Paulina veio pedir desculpas à sogra, mas na verdade não era isso que pretendia, começou a falar que a respeitaria, afinal era a mais velha e logo as duas brigavam, uma chamando a outra de velha e a outra chamando a primeira de desavergonhada. Eduardo e Paulina também conversavam em como aquela casa era o inferno, ainda mais com a sogra que tinham.

Foi assim que Eduardo, nervoso porque Olaia se demorou a “vim a música”, apertou seu braço e ela foi falar à mãe chorando. E essa, quando veio tirar satisfações, segurou a roupa do genro que bateu na mão dela com o arco da rabeca.

Em seguida Fabiana falou com Sabino. Disse que Eduardo havia batido nela e na irmã e que ele tinha de tomar-lhe as dores. Sabino, que já queria isso há tempos, foi ter com o cunhado e os dois acabaram em luta no chão. Logo ali Fabiana e Olaia começaram a brigar e quando Nicolau chegou, com dois meninos vestido de anjinhos, acabou atracando-se com Fabiana também.

Nessas circunstâncias chegou Anselmo, e a ele todos começaram a despejar reclamações. Sendo não agüentar a sogra, o genro, a nora, o sogro, o cunhado e a cunhada. Sabiamente Anselmo tinha alugado uma casa para Eduardo ir com sua mulher e outra para Paulina e seu marido, bastou isso para que um oferecesse ao outro as suas casas à disposição e dizer como esperavam uma visita. Lembrando todos no final que quem casa quer casa!

Por Rebeca Cabral