Alunos, professores e funcionários da UnB (Universidade de Brasília) estão em polvorosa com a polêmica envolvendo os gastos do Reitor, Timothy Mulholland, com a decoração de seu apartamento. Segundo o Ministério Público, que apresentou os gastos e é responsável pela investigação, Mulholland gastou quase meio milhão de reais decorando o imóvel, dinheiro este que teria sido fornecido pela Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos).
O Ministério Público investiga a relação entre a UnB e o a Fundação já que, nos últimos seis anos, a universidade repassou R$ 23 milhões de reais para a Finatec. A decoração do apartamento do Reitor aparece como mais um motivo para essa investigação.
Gastos
Timothy Mulholland alegou que não há problema legal ou ético no pagamento das despesas da decoração de seu apartamento pela Finatec. Contestado sobre os valores excessivos de alguns itens (como, por exemplo, um abridor de latas de R$ 190,00 e um saca-rolhas no valor de R$ 859,00), Mulholland defendeu os gastos afirmando que além da necessidade de serem “duráveis” os materiais (móveis e utensílios) deveriam seguir uma “linha estética”.
O Reitor afirmou ainda que o apartamento foi montado “institucionalmente”, já que o local não serve apenas como sua moradia, mas como local de encontros e reuniões com cientistas, professores e delegações estrangeiras, todos em prol do interesse da universidade.
Estudantes
Representantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) da UnB pedem o afastamento do Reitor e dos demais envolvidos na acusação. Para os estudantes, as despesas do apartamento do Reitor podem até não representar um problema “legal”, mas consideram-no como “imoral”.
Amanhã, dia 13, os estudantes da UnB irão se reunir para manifestar pelo afastamento do Reitor, e esperam a participação de professores e funcionários da universidade.
Por Camila Mitye