Crise dos refugiados no Enem e vestibulares: como tema pode ser cobrado nas provas

O Dia Mundial dos Refugiados é comemorado no dia 20 de junho. Saiba como o assunto pode ser cobrado em provas do Enem e de vestibulares
Em 19/06/2023 15h41 , atualizado em 19/06/2023 16h22 Por Lucas Afonso

Sombra de pessoas refugiadas caminhando ao ar livre
Entre os motivos que levam as pessoas a se refugiarem em outros países estão as guerras civis e militares. [1]
Crédito da Imagem: Lumiereist / Shutterstock
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O Dia Mundial dos Refugiados é celebrado nesta terça-feira, 20 de junho. A data homenageia as pessoas refugiadas em todo o mundo, reforçando a importância em olhar para esse processo de forma humanizada, reconhecer a força e coragem dos refugiados que deixam seus países diante de vários motivos.

Os refugiados estão fora do seu país de origem devido a temores de perseguição relacionados a diversas questões, tais como: raça, religião, nacionalidade, pertenciamento a determinado grupo social ou opinião política, bem como às graves violações de direitos humanos e conflitos armados. A explicação é do professor de História Sávio Castro, que atua no Colégio Anglo do Grupo Salta de São José dos Campos (SP).

Segundo a ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ao final de 2022 haviam 108,4 milhões de pessoas que foram forçadas a deixar seus países de origem em todo o planeta. Desse total, são 35,8 milhões de refugiados. 

Confira: O que são refugiados?

Questão dos refugiados no Enem e vestibulares

A temática que envolve o processo de refúgio em que milhões de pessoas saiem de seus países é atual e pode ser abordada em provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de vestibulares.

Confira no vídeo abaixo os pontos de atenção que os estudantes devem ter ao estudar o tema, destacados pelo professor Sávio Castro:

São diversas as formas em que o Enem e vestibulares podem abordar o tema dos refugiados. O professor Tiago Santos Salgado, de Geografia do Poliedro Colégio, e o professor Sávio Castro destacam os seguintes pontos:

  • A relação com os inúmeros conflitos militares no mundo;

  • Motivos que levam pessoas que residem em países com graves crises políticas, sociais e econômicas a se refugiarem em outras nações;

  • A forma como os países do capitalismo avançado lida com os refugiados, uma vez que muitos adotam política restritiva na entrada dessas pessoas;

  • Contextualização histórica entre os atuais refugiados e escravizados, no que se refere as condições de vida no processo de saída de seus países de origem. 

Veja também: A crise dos refugiados

Causas e consequências do processo de refúgio

Confira o que Sávio Castro listou como causas e consequências do refúgio no mundo:

Causas do refúgio

  • Guerras civis ou militares;

  • Intolerância religiosa;

  • Perseguições étnicas;

  • Desemprego;

  • Condições de miséria.

Consequências do refúgio

  • Desequilíbrios financeiros nos países que recebem os refugiados;

  • Dificuldades de alojamentos;

  • Dificuldades linguísticas;

  • Geração de empregos;

  • Fome e miséria na instação da população refugiada;

  • Aumento da criminalidade pela falta de estrutura e organização.

De acordo com o professor Tiago Salgado as principais causas são as guerras. 

"Historicamente, o período das duas Guerras Mundiais foi marcado por intensa migração de refugiados, que buscavam se afastar dos violentos conflitos que marcaram principalmente a Europa. Pessoas que vivem em países que enfrentam crises econômicas e/ou políticas também podem ser considerados refugiados. Países como o Haiti, que experimentou uma série de tensões políticas, além de catástrofes naturais, são considerados ambientes em que os cidadãos buscam refúgio em outras localidades. Outro exemplo é o Oriente Médio, que, em função das constantes guerras que marcam a região, existe um constante fluxo de refugiados em direção à Europa e outras partes do mundo. Por sua vez, a Europa, experimenta um momento de retração econômica que acaba por fomentar movimentos de caráter xenófobos. Por outro lado, a guerra entre a Rússia e Ucrânia também causou muitos refugiados ucranianos, que entraram em diversos países europeus em busca de segurança."

Tiago Santos Salgado, professor de Geografia do Poliedro Colégio

O neocolonialismo aplicado pelos europeus nos países africanos desde o século XIX, consolidou, segundo Tiago, guerras civis que causaram o refúgio de muitos africanos para outras regiões. Muitas dessas pessoas vão às antigas metrópoles europeias ainda marcadas pelo racismo evidente, o que escancara outra problemática grave, pontua o educador. 

Apenas três países representam 52% de todas pessoas que se refugiaram no mundo, segundo dados da ACNUR:

Tabela com os países que mais possuem pessoas refugiadas no mundo
Países que mais possuem pessoas refugiadas.
Crédito: ACNUR Global Trends 2022

Agora, confira os principais países que acolhem refugiados no mundo:

Tabela com os principais países que acolhem refugiados no mundo
Países que mais recebem refugiados no mundo. 
Crédito: ACNUR Global Trends 2022

Os dados da ACNUR Global Trends 2022, pesquisa mais recente sobre o panorama dos refugiados no planeta, foram divulgados no dia 14 de junho de 2023.

Estude: Resolva questões sobre o processo de imigração populacional 

Dicas de estudo sobre a questão dos refugiados

Ambos os professores dizem sobre a importância de acompanhar os noticiários sobre as questões de refugiados no mundo.

A cobertura jornalística apresenta um panorama dos principais conflitos que estão ocorrendo em diferentes regiões do mundo, bem como as tensões políticas e econômicas relacionadas a eles.

Tiago enfatiza que é fundamental que o consumo dessas informações seja feito a partir de fontes confiáveis, ou seja, de veículos de comunicação éticos e responsáveis.

"O desafio do vestibulando é duplo, de reconhecer e analisar criticamente a questão dos refugiados e suas implicações locais, globais e acerca dos Direitos Humanos, e identificar e selecionar fontes de informação confiáveis e profissionais."

Tiago Salgado

Sávio pontua também o monitoramento dos sites oficiais, sendo eles os dos governos dos países que recebem os refugiados e também das Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com o tema. 

 

Crédito da imagem:

[1] Lumiereist | Shutterstock