A Síndrome do Regresso acontece quando você volta para casa após estudar no exterior, trabalhar ou qualquer outro tipo de estadia prolongada. Criado pelo neuropsiquiatra Dr. Décio Nakagawa, o termo serve para dar nome a este período de readaptação. E ele é mais comum do que pode se imaginar: “A Síndrome do Regresso acontece com a maior parte das pessoas que retorna ao seu país de origem”, diz Juliana Polydoro, psicóloga e mestre em Psicologia da Saúde. A profissional, que também é colunista do site e-Dublin, explicou as causas da Síndrome e como lidar com o período para amenizar os sintomas.
Por que a Síndrome do Regresso acontece?
Ela acontece porque, quando a pessoa estava vivendo em um outro país, ela se adaptou a uma nova cultura, novos costumes e estabeleceu um outro estilo de vida. Morando longe da família, vivia muito mais sozinha e tinha uma vida mais autônoma. Quando retorna é como se estivesse retornando para o passado e a adaptação ao país de origem é mais difícil do que a chegada em país estrangeiro onde tudo é novidade.
Quais são os sintomas mais comuns da Síndrome do Regresso?
Tristeza, revolta e em especial a sensação de ser um estranho no ninho. Depois das experiências e vivências em outras culturas, com diferentes tipos de pessoas, retornar para o mesmo lugar de onde saiu, onde tudo parece ter permanecido igual, com poucas mudanças acaba sendo um desafio.
O que pode ser feito para amenizá-los?
Procure ter paciência com você mesmo, pense que está vivendo uma nova experiência e não retornando ao passado... E realmente viva uma nova experiência! Olhe seu país com os olhos de um turista, com curiosidade, procure ver as coisas como novidade, lembre-se das coisas que você sentia saudades quando estava morando em outro país e procure aproveitá-las. Estabelecer um novo estilo de vida diferente daquele que você tinha antes de ir para outro país também pode auxiliar, procurar uma nova cidade pra morar, um tipo de trabalho diferente daquele que você fazia antes, frequentar lugares diferentes, continuar viajando e explorando seu próprio país tudo isso pode ajudar.
Também é interessante perceber que quando alguém vai morar em outro país ela passa muito tempo com ela mesma e um processo natural de autoconhecimento começa a acontecer, quando voltar procure continuar esse processo de alguma forma, procure tempo para ficar com você mesmo e continuar se conhecendo.
Mantenha contato com os seus amigos intercambistas que voltaram e que ainda estão morando fora, são eles que melhor entenderão o que você está sentindo. Em especial procure entender que tudo na vida é experiência, as coisas mudam o tempo todo, vem e vão, nada é permanente, viva as experiências conforme ela vem pra você, procure viver no presente e aproveitar o que cada momento e cada experiência podem trazer para você.
Como os parentes e amigos podem ajudar o intercambista durante a Síndrome do Regresso?
Tendo paciência; precisam entender que a pessoa estava em um processo e em um estilo de vida completamente diferente daquele que tinha antes de sair do país, que o que a pessoa está sentindo não é frescura, que ela realmente se sente deslocada e isso não acontece porque ela não gosta mais dos familiares, amigos ou do país, mas sim porque ela estava vivendo de uma forma completamente diferente quando estava morando fora. Procurem deixar a pessoa mais livre, sem muitas cobranças, para que aos poucos ela consiga ir se readaptando.
Você já passou pela Síndrome do Regresso? Compartilhe a sua experiência conosco!
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