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Desigualdade: redutível mas não erradicável

Tema: Desigualdade: um desafio ou um efeito colateral irremediável?

[Redação sem título]
Corrigida tradicionalmente Enviado em 06/07/2014
Nota tradicional: 9.5
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Um dos grandes problemas gerados pelo capitalismo de mercado é a desigualdade social. Hoje, enquanto alguns usufruem de viagens internacionais, trocam de carro todo ano e moram em mansões, uma parcela notável da população vive em condições miseráveis: têm dificuldade para pagar as contas no final do mês e, às vezes, mal conseguem comprar comida.

 

O conceito de desigualdade social não engloba somente a desigualdade financeira, mas também as desigualdades de oportunidade, resultado e escolaridade. Embora quase todas essas diferenças tenham origem em nosso período colonial (poucos detinham quase todo o capital, a ascensão social era quase impossível e a escravidão era a forma predominante de mão de obra), a letargia do Estado contemporâneo corrobora a disparidade.

O problema da desigualdade de renda torna-se gritante quando levamos em conta sua hereditariedade. A educação particular abre mais portas que a educação pública, cursos de idiomas são quase sempre inacessíveis para os mais pobres e as dificuldades enfrentadas por um jovem de classe baixa para morar longe de casa ou para fazer um intercâmbio fazem com que o sucesso profissional de uma pessoa de origem humilde seja muito mais difícil do que aquele de um indivíduo com pais mais abastados.

A desigualdade social é combatível e, consequentemente, redutível. Porém, devido a à impossibilidade de se promover um homogeneização integral da sociedade, alguns tipos de desigualdade continuarão existindo. Índices estatísticos revelam que o governo brasileiro tem proposto medidas imediatas, pequenos sedativos para o problema real, que é estrutural e precisa ser combatido com programas de longa duração, visando uma solução permanente.
 
Uma das maneiras de se reduzir a desigualdade de renda, carro-chefe das diferenças de oportunidade na sociedade contemporânea, é, como o economista francês Thomas Piketty sugere em O Capital no Século 21, desenvolver um sistema de tributação progressiva mais forte, de modo que os mais ricos paguem relativamente mais impostos e ajudem a custear os programas de auxílio social que, por promoverem uma sociedade mais igualitária, reduzem a violência e amplificam a meritocracia, elementar para a democracia.

 

Correção tradicional

Critério Observações Nota
Adequação ao Tema Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. 2.0
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. 2.0
Adequação ao Gênero Textual Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. 2.0
Adequação à modalidade padrão da língua Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. 1.5
Coesão e Coerência Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. 2.0
Nota final 9.5

Legenda de competências

Competência Descrição
1 Domínio da modalidade escrita formal
2 Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa
3 Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista
4 Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação
5 Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos