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Na obra cinematográfica “A Baleia”, o personagem Charlie sofre com a obesidade extrema, decorrente de traumas emocionais mal resolvidos e do isolamento social. Fora da ficção, no Brasil, a obesidade também é uma realidade alarmante que afeta milhões de pessoas, especialmente devido à falta de políticas públicas eficazes e à cultura do preconceito enraizada na sociedade. Nesse sentido, é necessário discutir como a negligência estatal e o estímulo midiático a padrões corporais irreais agravam o cenário da obesidade no país.

Em primeiro plano, é evidente a ausência de ações governamentais efetivas na prevenção e combate à obesidade. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, os fatos sociais influenciam diretamente o comportamento dos indivíduos dentro de uma sociedade. Nessa perspectiva, observa-se que a ausência de políticas públicas voltadas à educação alimentar e à promoção de hábitos saudáveis resulta em uma população cada vez mais suscetível ao consumo de alimentos ultraprocessados e à inatividade física. Dessa forma, a falta de investimento em campanhas educativas e infraestrutura para atividades físicas contribui para o aumento progressivo da obesidade entre os brasileiros. 

(Boa estratégia coesiva) Ademais, a influência sociocultural exerce papel determinante na forma como pessoas obesas são tratadas, frequentemente sendo alvo de discriminação. Segundo a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado garantir a dignidade da pessoa humana. No entanto, a realidade mostra-se oposta: muitas pessoas, principalmente crianças e adolescentes, enfrentam situações de bullying e exclusão por não se enquadrarem nos padrões estéticos impostos. Um exemplo disso é a personagem Laura, da novela Carrossel, que sofria constantes humilhações dos colegas por conta de seu peso. Tal conduta reforça estigmas prejudiciais e afasta os indivíduos afetados da busca por ajuda, agravando sua condição física e emocional. 

(Boa estratégia coesiva) Torna-se, portanto, imprescindível a intervenção para reverter esse cenário. Para isso, o Ministério da Saúde deve promover campanhas educativas nas escolas e nas mídias digitais, com palestras de nutricionistas e atividades lúdicas sobre alimentação e bem-estar, a fim de conscientizar as crianças desde cedo sobre a importância de hábitos saudáveis. Paralelamente, o Ministério da Cidadania deve fomentar políticas de combate à gordofobia, como a criação de canais de denúncia e campanhas de valorização da diversidade corporal. Assim, será possível garantir o respeito à dignidade humana e combater os fatores que perpetuam a obesidade no Brasil. (Faltou o meio/modo)