A herança negada - Corrige Aqui

A LDB (leis das diretrizes e bases da educação nacional) considera a promoção e valorização das heranças, culturas e histórias afro-brasileiras como um dos princípios da educação nacional. Contudo, são notórios os grandes empecilhos à efetivação dessa política, haja vista o tema ser envolto ainda em preconceitos e desconhecimentos. Assim, são necessárias ações por parte do poder público para que a educação (sobretudo) seja vetor de combate às diversas formas de descriminação e racismo e promoção do legado africanos em terras brasileiras.

A escritora e militante do movimento negro Djamila Ribeiro (Vírgula) em sua obra "manual antirracista" (Vírgula) cita a importância de que lugar damos à herança africana no Brasil como um ponto de (não) combate ao racismo. Tradicionalmente, a educação tem enfocado os sujeitos negros como objetos passivos, trazidos e dispostos conforme a vontade e iniciativa do colonizador branco. Contudo, outras perspectivas no âmbito histórico tem destacado esses sujeitos em suas ações para preservar e resguardar seus modos de vida, suas culturas e ressignificá-las em novos espaços. Ao invés de simples vítimas, podemos então lançar novas perspectivas e olhar o africano e seus descendentes como perpetradores de resistência contra as opressões do sistema escravista. (Melhore o desenvolvimento dessa discussão)

Embora essas novas perspectivas e suas instrumentalizações se fortaleçam, existem ainda inúmeros desafios à valoração da herança africana no Brasil. Em diversas formas, o preconceito se manifesta, como em ataques à herança religiosa (candomblé, umbanda, terreiro de mina), à herança genética e estética (preconceito contra a cor da pele, textura do cabelo, traços típicos negroides, vestimentas e adereços afros). Todos esses tipos de ataque se constituem não apenas como manifestações do racismo, mas ferem as próprias bases da sociedade democrática de direito (Desenvolva mais essa ideia). A própria LDB coloca o combate a todas as formas de discriminação como uma ação e esforço de natureza coletiva. 

Em conforme conformidade com o discorrido, é imprescindível uma série de ações do poder público para que a valorização da herança afro-brasileira não se torne apenas letra morta da lei. Cabe ao governo federal, como articulador das políticas em nível nacional, promover eventos, fóruns, simpósios e congêneres sobre o tema para escutar a população (de maioria negra) sobre como podemos valorizar o legado afro. Assim, em consonância com as outras esferas de poder, poder-se-á concatenar políticas gerais, e ainda assim atender as demandas locais. Também é salutar proteger e resguardar manifestações, patrimônios e saberes (como a capoeira, os quilombos, os terreiros, o samba) e promover conscientizações diversas contra o racismo, assim como punir exemplarmente seus casos. Assim, através da ação coletiva, o Brasil como um todo poderá, em atitude de reparação histórica, valorizar e apreciar o seu vasto legado africano. (Proposta completa)