No capítulo intitulado Eva Tupinambá, o historiador Ronald Raminelli, que integra o conjunto de autores do livro “História das Mulheres no Brasil”, apresenta ao leitor relatos de viajantes europeus, revelando a perspectiva dos mesmos (Use quando houver ideia de igualdade) diante da cultura indígena do Brasil colonial: um estranhamento que se apoiava na tradição cristã como parâmetro de julgamento, não levando em consideração as particularidades dos habitantes do Novo Mundo. Nesse sentido, o viajante europeu entendia os costumes dos nativos como representações do mal e logo se julgava eleito por Deus na missão de exterminar o mal e disseminar o bem, ou seja, disseminar sua própria cultura em detrimento da cultura indígena, considerada maligna. Atualmente, em pleno século XXI, embora supostamente resguardados pela Constituição Federal, os povos indígenas enfrentam os mais diversos atentados contra seus direitos. A expropriação de terras indígenas em prol de ocupações rurais e urbanas, por exemplo, não é surpresa em um país em que o histórico de preconceito e perseguição em relação aos povos indígenas somou-se à valorização do lucro em detrimento dos direitos humanos e do meio ambiente. (As discussões são pertinentes, no entanto precisam ser delimitadas, tendo em vista que há um limite de 30 linhas para desenvolver o texto)
Diante de tal realidade, mostra-se importante destacar a facilidade com que estatísticas são levantadas e leis são escritas, o que parece resultar em progresso na teoria, embora na prática o que se vê são valores equivocados que mobilizam emoções, implicando em injustiças sociais. Portanto, não é possível propor valorização da cultura indígena sem tocar em um ponto nefrálgico: o medo da alteridade e os reais valores que prosperam em nossa (Evite ideia de primeira pessoa)cultura. De acordo com o professor do departamento de psicologia social e do trabalho da USP, Alessandro Oliveira dos Santos, o etnocentrismo é a representação do medo da alteridade no nível político, e de nada adianta a integração da diferença em termos de discurso e teoria quando politicamente os indivíduos não são considerados iguais no direito de falar, propor regras para a convivência e serem ouvidos e respeitados em suas necessidades e diferenças. Aliás, esbarra-se em outra constatação mais ampla que, apesar de óbvia, é motivo de desdém: os direitos humanos devem ser prioridade. Não há outra forma de lidar com os problemas que assolam o país sem que esse valor seja o alicerce da perspectiva do povo brasileiro. (Discussões pertinentes, no entanto precisam ser reelaboradas)
Infelizmente, o cenário político atual promete uma realidade cada vez mais hostil para a população indígena. Com a tarefa de demarcação de terras indígenas retirada da FUNAI, Fundação Nacional do Índio, e destinada ao Ministério da Agricultura, a população indígena está mais vulnerável do que nunca: seus direitos básicos estão nas mãos daqueles que visam à expropriação de terras indígenas em nome do agronegócio. Como afirma Sidney Possuelo, ex presidente da FUNAI, tal decisão governamental colocou em risco a integridade física dos índios, propiciando ataques reais às frentes de proteção etnoambiental. Portanto, urge que, em primeiro lugar, o governo repense a forma como está lidando com a política indigenista, reconsiderando imediatamente a entrega da autoridade sobre as terras nas mãos do Ministério da Agricultura e, em contrapartida, tome a iniciativa de promover, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nos principais meios de comunicação que instiguem a empatia, o respeito e a admiração por culturas diferentes que compõem o Brasil, sobretudo aquelas que são alvo constante de preconceito. Somente com iniciativas (Vírgula) na contramão das que foram tomadas até agora, será possível transcender a perspectiva do viajante europeu que demonizava o diferente e, ademais, promover de fato um país tão rico de humanidade quanto é de fauna e flora. (Delimite a proposta de intervenção)
Dados correção tradicional
Observe que há um limite de 30 linhas para desenvolver o texto. Delimite as discussões que serão abordadas, evite o excesso de informação. Por isso, articule mais as ideias. Não deixe de exercitar a sua escrita.
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 150 | Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 150 | Nível 4 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 100 | Nível 3 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 100 | Nível 3 - Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 100 | Nível 3 - Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 600 |
Nível 0 | Nota 0 |
Nível 1 | Nota 40 |
Nível 2 | Nota 80 |
Nível 3 | Nota 120 |
Nível 4 | Nota 160 |
Nível 5 | Nota 200 |