Só nos movemos depois das tragédias

Em 07/02/2013 18h14 , atualizado em 08/02/2013 07h23 Por Adriano Lesme

Imprimir
Texto:
A+
A-
PUBLICIDADE

Começamos 2013 com uma das maiores tragédias do Brasil. Tragédia anunciada. Na madrugada do dia 27 de janeiro, um incêndio em uma boate em Santa Maria, Rio Grande do Sul, matou mais de 200 pessoas, a maioria estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O que aconteceu na cidade universitária poderia ter ocorrido em qualquer outro lugar do país e isso é o que mais preocupa.

Após a tragédia, prefeituras, corpo de bombeiros, policiais e demais profissionais responsáveis por fiscalizar casas noturnas começaram a fazer um “limpa” nas cidades. Não demorou muito para sair o resultado: a grande maioria não oferecia segurança aos frequentadores e algumas nem tinham autorização para funcionar. Resultado óbvio. A boate em Santa Maria não era muito diferente das que encontramos em nossas cidades. Mesmo assim frequentamos.

A tragédia serviu de alerta não só para os órgãos fiscalizadores, mas para nós mesmos. São poucos que verificam saídas de emergência, extintores de incêndio e superlotação quando entram em um ambiente fechado. Eu mesmo nunca verifiquei. Até achamos bom quando uma boate está lotada, não é?! A partir de agora irei mudar minha avaliação e imagino que muitos também.

boate kiss
Fachada da boate após o incêndio

A prevenção não vai trazer os mortos de volta, mas com certeza vai evitar que mais tragédias como essa aconteçam. Infelizmente, nós agimos somente depois que os desastres acontecem. Quando digo nós, me refiro não apenas aos brasileiros. Tragédias parecidas já aconteceram na Argentina, Estados Unidos, Rússia, Espanha... . No mundo todo temos exemplos de tragédias anunciadas, a diferença está no modo de lidar com elas.

Por enquanto, os órgãos competentes estão fazendo bem o trabalho de fiscalização. Aqui em Goiânia, por exemplo, várias boates passaram por vistoria e algumas até foram fechadas. Notícias iguais foram lidas em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e outras cidades. Resta saber se isso será apenas uma reação imediata à tragédia ou se irá virar uma prática frequente.

Comente abaixo se o acidente em Santa Maria fez aumentar a fiscalização nas casas noturnas de sua cidade. Você acha que o Brasil aprendeu com a tragédia ou irá esquecê-la e voltar ao descaso de antes?