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O governo do estado do Rio de Janeiro e a prefeitura da capital aprovaram no mês passado a construção de 11 km de muros de concreto, com altura de três metros, para proteger áreas ambientais dos morros onde existem várias favelas.
O orçamento ficou em torno de R$ 40 milhões e a polêmica sobre a construção destes muros já ultrapassou a discussão sobre sua eficácia no propósito específico. Agora que as obras já estão começadas, debatem-se as questões de segregação racial e social na cidade maravilhosa.
Desde janeiro de 2009 a prefeitura efetua o “choque de ordem”, que nada mais é que a expulsão de vendedores ambulantes das ruas e calçadas da capital, além da retirada de mesas e cadeiras de bares que ultrapassam os limites de seus estabelecimentos. Muitos já haviam reclamado que isso estava tirando o trabalho das pessoas, mas agora a discussão é muito mais ideológica.
De acordo com os idealizadores do projeto, o muro é para conter o crescimento da construção de casas em áreas de proteção ambiental. As associações de moradores das comunidades afirmam que o crescimento é vertical e não horizontal e, por isso não estariam desrespeitando os limites impostos pela prefeitura.
Parte do muro no Morro Dona Marta: de um lado a mata, do outro as casas
Segundo pesquisas feitas na cidade, de 1999 a 2008 as favelas cariocas expandiram sua extensão em 7%. Para a construção dos muros, 415 casas terão de ser destruídas, pois estão além dos chamados ecolimites – arbustos que delimitam a área de proteção ambiental. Pouco mais de 100 famílias serão realocadas e as restantes serão indenizadas, mas não há ainda informação dos valores que serão entregues a elas.
Como a maioria das favelas fica na zona sul da cidade, a mais abastada da capital do Rio de Janeiro, surgem opiniões acerca da especulação imobiliária feita no local. Os proprietários de imóveis dessa região afirmam que a expansão das favelas em morros próximos desvaloriza seus bens.
Não por acaso, a primeira favela a ter muros construídos é Dona Marta, que fica em Botafogo (zona sul do Rio), e que foi a primeira favela a ter o tráfico de drogas eliminado pelos policiais. Eles ocupam a comunidade, que abriga 17 mil pessoas, desde novembro de 2008.
Construção dos muros
As próximas favelas a receberem os muros serão:
Rocinha, que fica em São Conrado;
Parque da Cidade, na Gávea;
Morro dos Cabritos e Ladeira dos Tabajaras, ambos em Copacabana;
Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira, localizadas no Leme;
Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Ipanema;
Vidigal, no Leblon e
Benjamin Constant, na Urca.
As críticas estão longe de terminar, mesmo porque até o ganhador do Nobel de Literatura, José Saramago, deu sua opinião sobre o assunto. Ele utilizou seu blog para desaprovar a construção dos muros, comparando-os aos de Berlim e da Palestina.
Alguns jornalistas internacionais chegaram a perguntar qual seria o tamanho dos portões de entrada das favelas. Cabe aqui ressaltar que as favelas não serão muradas para separá-las da cidade, mas sim, para separar o espaço destinado para casas do espaço destinado à reserva ambiental da Mata Atlântica. A entrada e saída dos morros continuam desobstruídas, como sempre foram.
Saramago criticou a ação dos governantes do Rio de Janeiro
Se os muros vão conter as construções, isto já é outra história. A carga simbólica embutida na realização deste projeto é muito maior que sua importância em si. A história já nos comprovou que o futuro dos muros é serem derrubados. Será que acontecerá a mesma coisa aos muros das favelas cariocas? Dê sua opinião!
O orçamento ficou em torno de R$ 40 milhões e a polêmica sobre a construção destes muros já ultrapassou a discussão sobre sua eficácia no propósito específico. Agora que as obras já estão começadas, debatem-se as questões de segregação racial e social na cidade maravilhosa.
Desde janeiro de 2009 a prefeitura efetua o “choque de ordem”, que nada mais é que a expulsão de vendedores ambulantes das ruas e calçadas da capital, além da retirada de mesas e cadeiras de bares que ultrapassam os limites de seus estabelecimentos. Muitos já haviam reclamado que isso estava tirando o trabalho das pessoas, mas agora a discussão é muito mais ideológica.
De acordo com os idealizadores do projeto, o muro é para conter o crescimento da construção de casas em áreas de proteção ambiental. As associações de moradores das comunidades afirmam que o crescimento é vertical e não horizontal e, por isso não estariam desrespeitando os limites impostos pela prefeitura.
Parte do muro no Morro Dona Marta: de um lado a mata, do outro as casas
Segundo pesquisas feitas na cidade, de 1999 a 2008 as favelas cariocas expandiram sua extensão em 7%. Para a construção dos muros, 415 casas terão de ser destruídas, pois estão além dos chamados ecolimites – arbustos que delimitam a área de proteção ambiental. Pouco mais de 100 famílias serão realocadas e as restantes serão indenizadas, mas não há ainda informação dos valores que serão entregues a elas.
Como a maioria das favelas fica na zona sul da cidade, a mais abastada da capital do Rio de Janeiro, surgem opiniões acerca da especulação imobiliária feita no local. Os proprietários de imóveis dessa região afirmam que a expansão das favelas em morros próximos desvaloriza seus bens.
Não por acaso, a primeira favela a ter muros construídos é Dona Marta, que fica em Botafogo (zona sul do Rio), e que foi a primeira favela a ter o tráfico de drogas eliminado pelos policiais. Eles ocupam a comunidade, que abriga 17 mil pessoas, desde novembro de 2008.
Construção dos muros
As próximas favelas a receberem os muros serão:
Rocinha, que fica em São Conrado;
Parque da Cidade, na Gávea;
Morro dos Cabritos e Ladeira dos Tabajaras, ambos em Copacabana;
Morro da Babilônia e Chapéu Mangueira, localizadas no Leme;
Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Ipanema;
Vidigal, no Leblon e
Benjamin Constant, na Urca.
As críticas estão longe de terminar, mesmo porque até o ganhador do Nobel de Literatura, José Saramago, deu sua opinião sobre o assunto. Ele utilizou seu blog para desaprovar a construção dos muros, comparando-os aos de Berlim e da Palestina.
Alguns jornalistas internacionais chegaram a perguntar qual seria o tamanho dos portões de entrada das favelas. Cabe aqui ressaltar que as favelas não serão muradas para separá-las da cidade, mas sim, para separar o espaço destinado para casas do espaço destinado à reserva ambiental da Mata Atlântica. A entrada e saída dos morros continuam desobstruídas, como sempre foram.
Saramago criticou a ação dos governantes do Rio de Janeiro
Se os muros vão conter as construções, isto já é outra história. A carga simbólica embutida na realização deste projeto é muito maior que sua importância em si. A história já nos comprovou que o futuro dos muros é serem derrubados. Será que acontecerá a mesma coisa aos muros das favelas cariocas? Dê sua opinião!