O caos da Dengue

Em 26/03/2008 17h11 , atualizado em 27/03/2008 16h38 Por Marla Rodrigues

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O que antes era apenas uma prevenção, agora é uma guerra. Há pouco era a Febre Amarela, transmitida por um mosquito, agora o mosquito transmite outra doença: a Dengue. Em estados como o Rio de Janeiro, o problema já virou uma epidemia, embora alguns governantes neguem o fato, piorando assim a situação da população, que está entregue a outro caos: a saúde pública.

Depois de um longo tempo discutindo de quem era a culpa dos inúmeros focos de dengue e do número de mortos por esta doença, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, finalmente organizou um esquema para tentar amenizar o problema. Pelo menos três hospitais de campanha das Forças Armadas serão adaptados para atender pacientes com dengue na cidade do Rio de Janeiro. A intenção é que os hospitais da rede pública de saúde do estado possam atender outros casos, já que desde a semana passada os leitos estão lotados com doentes da dengue.

Os números de leitos, consultórios e profissionais que trabalharão nos novos postos de saúde ainda não foram definidos e provavelmente isso não acontecerá antes de quinta-feira, dia 27. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que as Forças Armadas cederão em torno de 500 homens para ajudar no combate à dengue no Rio de Janeiro. Eles se subdividirão em equipes que trabalharão junto aos focos da doença para erradicá-la e nas barracas de campanha junto aos doentes.

A situação tem sido tratada com descaso pelos governantes e o caos instalado nos hospitais públicos está formado com 32.615 casos até agora no estado do Rio de Janeiro. Profissionais estão dobrando sua carga horária e mais de mil profissionais farão parte do reforço médico para atender às pessoas que passam até seis horas em uma fila para serem examinados.

Números

Dos 32.615 casos registrados de pessoas com dengue no estado do Rio de Janeiro, 23.555 são da capital. Já morreram 49 pessoas, pelo menos, no estado e 31 no município, sendo que 25 eram crianças. As pessoas com menos de 12 anos de idade são as mais predispostas a desenvolver a dengue hemorrágica, que é o mais perigoso tipo da doença.

A culpa

A culpa é de quem, afinal? Do governo federal, estadual ou municipal? Quem sabe dos próprios cidadãos, que não erradicaram os focos da doença e impediram a entrada de muitos agentes de saúde (cerca de 40% deles foram barrados nos portões) que tinham como objetivo destruir os ovos do mosquito? A resposta é com vocês. Comentem!

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