Combustível feito de ouro?

Em 29/04/2011 15h37 , atualizado em 29/04/2011 15h39 Por Adriano Lesme

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O Blog da Redação agora vai sair do assunto vestibular e partir para outro que está dando dor de cabeça em boa parte da população brasileira: a alta do preço do combustível. Já há algumas semanas que motoristas protestam em redes sociais como Twitter, Orkut e Facebook, e agora esses protestos passaram para as ruas de algumas capitais brasileiras.

Tudo começou com o aumento do preço do álcool, justificado pela entressafra da cana de açúcar. Essa alta foi repassada para as distribuidoras, que repassaram para os postos que, obviamente, repassaram para os consumidores. Para piorar, os governos estaduais aumentam a partir de 1° de maio o ICMS da gasolina, ou seja, na semana que vem poderemos ter gasolina vendida entre R$ 3,30 e R$ 3,50.

Então qual a solução? Nessa semana, motoristas e estudantes de Goiânia e Belo Horizonte organizaram protestos nas principais avenidas de suas cidades, parando seus carros, buzinando na frente dos postos e fazendo algo interessante: abasteciam apenas R$ 0,50 no cartão de crédito e pediam a nota fiscal, trazendo prejuízo aos postos.

Reportagem sobre os protestos em Goiânia

O que mais nos deixa indignado é que no Paraguai, por exemplo, a NOSSA gasolina é vendida a menos de R$ 2,00 o litro. Gasolina da Petrobrás, que se diz autossuficiente. Essa diferença toda tem dois motivos: impostos e cartel. Você sabia que a gasolina sem a adição do etanol sai das refinarias pelo preço de R$ 1,05 desde 2009? O resto, meu amigo, é imposto e margem de lucro das refinarias e distribuidoras.

Em Goiânia, cidade onde eu moro, é quase impossível achar postos que vendem gasolina e etanol a preços diferentes. Atualmente, a gasolina está R$ 3,19 e o álcool R$ 2,39. Até onde eu sei isso é cartel, um crime econômico. Porém, aqui nada é feito há anos, dando a impressão de que os donos de postos e as distribuidoras têm mais poder que os órgãos regulamentadores e fiscalizadores.

Ontem, 28 de abril, a presidente Dilma Roussef assinou uma medida provisória que reduz para entre 18% e 25% a quantidade mínima de álcool anidro na gasolina. Atualmente, a quantidade pode variar de 20% a 25%. Só esta medida ainda é muito pouco. Precisamos de mais atitude e fiscalização, queremos ver organizadores de cartéis presos e postos e distribuidoras multadas por preços abusivos. É muito pedir isso?

O Blog da Redação abre este espaço para vocês comentarem como está a situação dos combustíveis em suas cidades. Há protestos ou fiscalizações? Como os motoristas estão reagindo? Participem!