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O livre porte de armas no Brasil: avanço ou retrocesso?

Enviada em: 27/03/2018

Status:

Corrigida
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Devido à violência e a criminalidade (Vírgula) características da realidade social brasileira, atualmente, o cidadão é obrigado a submeter a própria liberdade a padrões de conduta comuns (Vírgula) a fim de preservar sua integridade física, psicológica e patrimonial, constantemente ameaçada pela ação criminosa. Contudo, naturalmente, tais imposições só alimentam frustração e indignação, a ponto de o porte de armas de fogo para autodefesa da cidadania, principal bandeira da famigerada Bancada da Bala, ganhar cada vez mais adeptos. Porém, derrubar o Estatuto do Desarmamento, que desde 2003 proíbe o porte por civis, é estender para o âmbito pessoal a mesma lógica beligerante das atuais políticas de segurança, que nas últimas décadas se mostraram ineficazes e letais.

Primeiramente, armas de fogo são vetores de violência e tê-las em maior circulação só aumentará o arsenal do crime. Caso alterações na lei permitam o livre comércio de revólveres, pistolas, munições e congêneres, os esquemas clandestinos, como os ligado ao narcotráfico, além do mercado negro de armas roubadas, contarão também com a via legal de acesso a tais artefatos. Com isso, estaria se dando instrumentos para o crime proteger sua territorialidade e expandir sua influência nos presídios e sobre a população jovem, negra e periférica. E, no contexto da política de confronto, implicaria o aumento do poder bélico dos criminosos nos conflitos diretos com as forças de segurança, perpetuando o ciclo vicioso de mortes de civis em fogo cruzado e de violação sistemática aos direitos humanos.

Contudo, talvez o fato mais relevante é que portar armas de fogo não assegura a legitima defesa. Ao sair armado, o dito cidadão de bem (Desenvolva essa ideia no texto) tem maiores chances de morrer, já que a arma o encoraja a reagir à uma situação mais favorável ao bandido. Na constatação simples mas objetiva do sociólogo Júlio Jacobo, enquanto o sujeito comum anda distraído, com a arma no coldre, o criminoso a porta arma nas mãos, disposto a matar caso a vítima resista à imposição da sua vontade. E a maior vulnerabilidade do cidadão armado fica ainda mais evidente caso levada em consideração a hipótese de que, se o porte de armas de fogo estiver ao alcance de todos, o "todos" inclui tanto pessoas honestas quanto mal intencionadas.

Portanto, pelo que foi exposto, pode-se concluir (Redundância) que a defesa do porte de armas de fogo como forma de garantir a cidadania em meio à violenta e hostil realidade brasileira, é uma falácia; (Vírgula) fruto da ação cooptativa e enganadora daqueles que são, no Congresso Nacional, especialmente tutelados e financiado pela indústria armamentista, cujo único interesse é obter dividendos com a exploração econômica do medo e da insegurança dos brasileiros. Assim, a preservação do Estatuto do Desarmamento já é um meio, embora não único, de limitar o poder econômico, social e coercitivo da criminalidade, e, portanto, de restringir a mortalidade na esteira dos conflitos violentos nas cidades e no campo. É, sobretudo, uma forma de não lançar o cidadão brasileiro na linha de frente na guerra cotidiana contra o crime.

Comentários do corretor


Observe que há um limite de 30 linhas. Desse modo, delimite as discussões. Não deixe de exercitar a sua escrita.


Competências avaliadas


Competência Nota Motivo
Domínio da modalidade escrita formal 150 Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita.
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa 150 Nível 4 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista 150 Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação 150 Nível 4 - Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos 150 Nível 4 - Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
NOTA FINAL:     750


Veja abaixo a nota relacionada a cada nível
Nível 0 Nota 0
Nível 1 Nota 40
Nível 2 Nota 80
Nível 3 Nota 120
Nível 4 Nota 160
Nível 5 Nota 200