Tarsila
Está é a história de Tarsila Amaral, narrada por ela mesma a um homem, sendo que juntos acompanham as passagens dos fatos.
Tarsila, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfatti formavam um grupo incrível e unido de gênios artistas. Ambos amavam a amizade que os unias. Anita, em 1917, tinha feito uma exposição que gerara altas críticas devido ao seu conteúdo modernista que chocou a sociedade da época. Tarsila começava a se descobrir uma artista e com sua beleza encantava a todos, inclusive seu amigo Oswald, que se declarara.
Logo os romances iniciaram. Anita estava apaixonada por Mário que, de certa a forma, a correspondia, porém tinha para com ela uma proteção. Oswald, incansável, se declarava a Tarsila que acabou cedendo e se apaixonando. Começaram os dois um romance que em primeira olhada por Tarsila não seria nada mais que aquela noite. No entanto, os dois se tornaram amantes.
Ela esperava a anulação do casamento e por isso ela e Oswald escondiam seu romance. Tarsila foi à Europa e Oswald foi depois dela. Lá viveram seu amor, também às escondidas. Foi também na Europa que Tarsila cresceu como artista. Caminhou pelo cubismo e junto a Oswald realizavam ou iam a recepções com grandes nomes, como Léger e Picasso. A vida ia muito bem os dois devotamente se amavam e os filhos de ambos se davam bem.
Porém Oswald e Mário por algumas vezes viviam conflitos. Eram amigos mas brigavam, como da vez em que Mário fez uma crítica negativa ao novo romance escrito por Oswald. A amizade de Tarsila e Anita também sofria problemas. Anita não entendia o espaço que havia na arte para as duas e isso gerou uma rivalidade desnecessária.
Neste tempo, Tarsila e Oswald já tinham voltado pra o Brasil. Oswald com um novo livro publicado e bem aplaudido pela crítica de Mário, novamente se tornaram uma família. Viajaram juntos para o Rio de Janeiro e depois Minas Gerais. Nesse momento, o café tinha uma ótima cotação e a riqueza de Tarsila e Oswaldo só expandia. Foi em uma dessas viagens que Tarsila reencontrou o Brasil para a sua arte e Oswald para sua literatura.
Voltaram a Paris, o café em alta, eles cercados de pessoas interessantes, viajando pelo mundo, os seus filhos se dando bem e ela sendo admirada. Tarsila fez sua primeira exposição individual. Anita veio, e nada se acertou. A crítica gostou e finalmente Oswald e Tarsila se casaram, voltando para o Brasil. Os dois eram os grandes gênios do Modernismo e a arte de Tarsila representou bem a felicidade da época.
Foi então que ela pintou o Abaporu, que encantou a todos e deu origem ao movimento antropofágico. Como Mário não deu todo o apoio e dedicação ao movimento, ele e Oswald brigaram novamente e dessa vez não houve reconciliação.
Oswald lançava injúrias contra todos e foi nessa época que perdeu muitos amigos, ao mesmo tempo em que Anita e Tarsila se reconciliavam. E também foi nesse período que Pagu entrou na vida do casal. Tarsila e Oswaldo praticamente a adotaram, e como a própria Tarsila ela era devota e dedicada.
Pagu casou apenas no civil com um noivo arranjado por Oswald. Nesse tempo, Tarsila trabalhava intensamente e não teve tempo nem quis enxergar a verdade. Quem foi à lua de mel com Pagu foi Oswald, o noivo apenas voltou a São Paulo. Mas um dia Tarsila percebeu e rompeu definitivamente com Oswald. Se viam há certo tempo e ele até narrava o romance em uma espécie de diário, que mais tarde se tornaria um livro.
Dali para frente tudo mudou. A crise de 1929 empobreceu-os e a ditadura levava muitos presos. Anita foi presa e Tarsila também depois de voltar de sua exposição na União Soviética, guiada por Osório César, por quem engatou uma paixão. Foi nessa época de prisão que ela pintou dois quadros sobre os operários.
Oswald a procurava e ela o tratava amigavelmente. Ele queria se reconciliar com Tarsila e por intermédio dela se reconciliar com todos de quem tinha se afastado. Também em outras visitas pedia a ela que falasse com suas mulheres para que não o abandonassem.
Depois desses tempos, Tarsila conseguiu recuperar a hipoteca da sua fazenda. Sua filha, mesmo casada com um homem muito mais velho, tivera uma filha e por fim ela estava apaixonada pelo escritor Luís Martins e Tarsila pintava a felicidade. Oswald criticava esse momento da arte dela, Mário, no entanto gostava e Anita o questionava por ser tão indulgente com Tarsila e com ela tão exigente.
Mário morreu como prevera, antes dos 52 anos. Anita, desolada porque nem mesmo chegaram a se casar, Oswald do mesmo modo por afinal não ter feito as pazes com o antigo companheiro. A maravilhosa família que compunham tinha se desfeito em 29, mas eles tinham cumprido sua missão, com a genialidade que ofereceram a arte no Brasil.
Luís, tão mais novo que Tarsila, abandonou-a por uma prima mais jovem e ela simplesmente a aceitou. Oswald ainda falava em nome do seu antigo romance, mas eram amigos e não passaria disso, ele pobre como nunca queria vender o busto de sua primeira esposa, a Tarsila, que o ajudou apenas dando-lhe um quadro para que vendesse.
Oswald morreu. A neta de Tarsila morreu afogada. Tarsila acaba em uma cadeira de rodas e dando entrevistas sobre sua arte e sua vida.
Por Rebeca Cabral
Tarsila, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfatti formavam um grupo incrível e unido de gênios artistas. Ambos amavam a amizade que os unias. Anita, em 1917, tinha feito uma exposição que gerara altas críticas devido ao seu conteúdo modernista que chocou a sociedade da época. Tarsila começava a se descobrir uma artista e com sua beleza encantava a todos, inclusive seu amigo Oswald, que se declarara.
Logo os romances iniciaram. Anita estava apaixonada por Mário que, de certa a forma, a correspondia, porém tinha para com ela uma proteção. Oswald, incansável, se declarava a Tarsila que acabou cedendo e se apaixonando. Começaram os dois um romance que em primeira olhada por Tarsila não seria nada mais que aquela noite. No entanto, os dois se tornaram amantes.
Ela esperava a anulação do casamento e por isso ela e Oswald escondiam seu romance. Tarsila foi à Europa e Oswald foi depois dela. Lá viveram seu amor, também às escondidas. Foi também na Europa que Tarsila cresceu como artista. Caminhou pelo cubismo e junto a Oswald realizavam ou iam a recepções com grandes nomes, como Léger e Picasso. A vida ia muito bem os dois devotamente se amavam e os filhos de ambos se davam bem.
Porém Oswald e Mário por algumas vezes viviam conflitos. Eram amigos mas brigavam, como da vez em que Mário fez uma crítica negativa ao novo romance escrito por Oswald. A amizade de Tarsila e Anita também sofria problemas. Anita não entendia o espaço que havia na arte para as duas e isso gerou uma rivalidade desnecessária.
Neste tempo, Tarsila e Oswald já tinham voltado pra o Brasil. Oswald com um novo livro publicado e bem aplaudido pela crítica de Mário, novamente se tornaram uma família. Viajaram juntos para o Rio de Janeiro e depois Minas Gerais. Nesse momento, o café tinha uma ótima cotação e a riqueza de Tarsila e Oswaldo só expandia. Foi em uma dessas viagens que Tarsila reencontrou o Brasil para a sua arte e Oswald para sua literatura.
Voltaram a Paris, o café em alta, eles cercados de pessoas interessantes, viajando pelo mundo, os seus filhos se dando bem e ela sendo admirada. Tarsila fez sua primeira exposição individual. Anita veio, e nada se acertou. A crítica gostou e finalmente Oswald e Tarsila se casaram, voltando para o Brasil. Os dois eram os grandes gênios do Modernismo e a arte de Tarsila representou bem a felicidade da época.
Foi então que ela pintou o Abaporu, que encantou a todos e deu origem ao movimento antropofágico. Como Mário não deu todo o apoio e dedicação ao movimento, ele e Oswald brigaram novamente e dessa vez não houve reconciliação.
Oswald lançava injúrias contra todos e foi nessa época que perdeu muitos amigos, ao mesmo tempo em que Anita e Tarsila se reconciliavam. E também foi nesse período que Pagu entrou na vida do casal. Tarsila e Oswaldo praticamente a adotaram, e como a própria Tarsila ela era devota e dedicada.
Pagu casou apenas no civil com um noivo arranjado por Oswald. Nesse tempo, Tarsila trabalhava intensamente e não teve tempo nem quis enxergar a verdade. Quem foi à lua de mel com Pagu foi Oswald, o noivo apenas voltou a São Paulo. Mas um dia Tarsila percebeu e rompeu definitivamente com Oswald. Se viam há certo tempo e ele até narrava o romance em uma espécie de diário, que mais tarde se tornaria um livro.
Dali para frente tudo mudou. A crise de 1929 empobreceu-os e a ditadura levava muitos presos. Anita foi presa e Tarsila também depois de voltar de sua exposição na União Soviética, guiada por Osório César, por quem engatou uma paixão. Foi nessa época de prisão que ela pintou dois quadros sobre os operários.
Oswald a procurava e ela o tratava amigavelmente. Ele queria se reconciliar com Tarsila e por intermédio dela se reconciliar com todos de quem tinha se afastado. Também em outras visitas pedia a ela que falasse com suas mulheres para que não o abandonassem.
Depois desses tempos, Tarsila conseguiu recuperar a hipoteca da sua fazenda. Sua filha, mesmo casada com um homem muito mais velho, tivera uma filha e por fim ela estava apaixonada pelo escritor Luís Martins e Tarsila pintava a felicidade. Oswald criticava esse momento da arte dela, Mário, no entanto gostava e Anita o questionava por ser tão indulgente com Tarsila e com ela tão exigente.
Mário morreu como prevera, antes dos 52 anos. Anita, desolada porque nem mesmo chegaram a se casar, Oswald do mesmo modo por afinal não ter feito as pazes com o antigo companheiro. A maravilhosa família que compunham tinha se desfeito em 29, mas eles tinham cumprido sua missão, com a genialidade que ofereceram a arte no Brasil.
Luís, tão mais novo que Tarsila, abandonou-a por uma prima mais jovem e ela simplesmente a aceitou. Oswald ainda falava em nome do seu antigo romance, mas eram amigos e não passaria disso, ele pobre como nunca queria vender o busto de sua primeira esposa, a Tarsila, que o ajudou apenas dando-lhe um quadro para que vendesse.
Oswald morreu. A neta de Tarsila morreu afogada. Tarsila acaba em uma cadeira de rodas e dando entrevistas sobre sua arte e sua vida.
Por Rebeca Cabral