O Auto da Compadecida

O Auto da Compadecida

João Grilo e Chicó arrumam um emprego com o padeiro da cidade. O cachorro da mulher do padeiro fica doente, João Grilo e Chicó vão à igreja para pedir ao padre que benzesse Xáreu. Mas o padre não concordou, João então disse que o cachorro era de Antônio Morais, um homem poderoso. Ao ouvir isso o padre aceitou benzer.
Quando iam saindo da igreja Chicó e João Grilo viram Antônio Morais indo para igreja. João se aproximou e avisou que o padre estava ficando louco chamando a todos de cachorro, para que ele não reparasse. Quando Antônio entrou na igreja logo o padre veio recebê-lo, como ele queria que a filha dele fosse benzida, não houve confusão no início da conversa até que o padre referiu-se a cachorros e assim ofendeu a Antônio, que disse que iria falar com o bispo sobre a grosseria do padre.

Assim que ele saiu chegou na igreja o padeiro e sua mulher, João Grilo e Chicó. Xáreu acabava de morrer e a mulher queria que o cachorro fosse enterrado em latim. O padre e o sacristão não concordaram, mas João que podia agir como quisesse para conseguir o enterro, logo inventou que o cachorro era cristão e em troco do enterro deixava dez contos de réis para o padre e três para o sacristão. E assim o enterro foi feito.

Quando voltaram à igreja o bispo estava lá e já sabia das reclamações contra o padre. Ao saber do enterro condenou a ação como um sacrilégio, mas João logo disse que o animal tinha deixado três contos de réis para o sacristão, quatro para o padre e seis para o bispo e assim todos concordaram com o enterro.

Foi então que a mulher chegou trazendo o dinheiro para que João o entregasse ao pessoal. Quando ela estava indo embora J. Grilo lhe ofereceu um gato que “descomia” dinheiro. A mulher ficou animada e comprou o gato, mas logo que foi embora voltou como marido, pois já tinha arrancado do gato todo o dinheiro que Chicó tinha enfiado no pobre animal.

Nesse momento entrou na igreja Severino e seu capanga. Ele tomou todo o dinheiro e matou o bispo, o padre, o sacristão, o padeiro e sua mulher. Quando chegava a vez de João ele ofereceu a Severino uma gaita que ressuscitava as pessoas.

Para demonstrar a eficiência da gaita, João deu uma facada em Chicó e lhe furou uma bexiga de bode cheia de sangue que a um tempo atrás Chicó havia pendurando em si por baixo da blusa. Logo depois começou a tocar a gaita e Chicó fez que havia ressuscitado.

Em troca da gaita queriam a libertação. Mas Severino estava indeciso, então João falou que ele poderia ir ver seu padrinho Padre Cícero, assim o capanga de Severino lhe dá um tiro e em seguida tocou a gaita e obviamente o cangaceiro não voltou à vida. O capanga tentou matar João e assim os três começaram uma luta e João Grilo acabou por enviar uma faca no homem.

Chicó correu pra fora da igreja, João ainda foi até Severino e pegou o dinheiro do enterro e o da padaria. O capanga que ainda não havia morrido, pegou o rifle e em seu último minuto deu um tiro em J. Grilo.

Aparecem então todos no céu. Era a hora do Juízo Final. Apareceram o diabo e Jesus, e deu-se início ao julgamento, o diabo acusou a todos e Jesus viu que aquele era um caso difícil. João então chamou Nossa Senhora, mãe de Jesus, para interceder por eles. Foi o que ela fez. O padre, o bispo, o sacristão, o padeiro e sua mulher foram todos para o purgatório. Severino e o seu capanga foram absolvidos e foram para o paraíso. João simplesmente retornou a seu corpo, pois lhe foi dada uma segunda chance.

Quando acordou viu Chicó e um palhaço o enterrando, quando ele levantou o palhaço saiu correndo e Chicó, de tanto medo, nem conseguiu correr. Depois de uma pequena confusão João conseguiu fazer seu amigo acreditar que ele estava vivo. Os dois então se animaram, afinal estavam ricos com o dinheiro do enterro e da padaria, que o cangaceiro havia roubado.

Mas Chicó lembrou que prometeu a Nossa Senhora que se João escapasse dessa lhe daria todo o dinheiro. Assim os dois começaram a discutir sobre a promessa. Por fim os dois acabaram indo pagar a promessa e entregaram todo o dinheiro a Nossa Senhora.

Por Rebeca Cabral