Crise dos refugiados no Enem e vestibulares: como tema pode ser cobrado nas provas
O Dia Mundial dos Refugiados é comemorado no dia 20 de junho. Saiba como o assunto pode ser cobrado em provas do Enem e de vestibulares
O Dia Mundial dos Refugiados é celebrado nesta terça-feira, 20 de junho. A data homenageia as pessoas refugiadas em todo o mundo, reforçando a importância em olhar para esse processo de forma humanizada, reconhecer a força e coragem dos refugiados que deixam seus países diante de vários motivos.
Os refugiados estão fora do seu país de origem devido a temores de perseguição relacionados a diversas questões, tais como: raça, religião, nacionalidade, pertenciamento a determinado grupo social ou opinião política, bem como às graves violações de direitos humanos e conflitos armados. A explicação é do professor de História Sávio Castro, que atua no Colégio Anglo do Grupo Salta de São José dos Campos (SP).
Segundo a ACNUR, Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ao final de 2022 haviam 108,4 milhões de pessoas que foram forçadas a deixar seus países de origem em todo o planeta. Desse total, são 35,8 milhões de refugiados.
Confira: O que são refugiados?
Questão dos refugiados no Enem e vestibulares
A temática que envolve o processo de refúgio em que milhões de pessoas saiem de seus países é atual e pode ser abordada em provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de vestibulares.
Confira no vídeo abaixo os pontos de atenção que os estudantes devem ter ao estudar o tema, destacados pelo professor Sávio Castro:
São diversas as formas em que o Enem e vestibulares podem abordar o tema dos refugiados. O professor Tiago Santos Salgado, de Geografia do Poliedro Colégio, e o professor Sávio Castro destacam os seguintes pontos:
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A relação com os inúmeros conflitos militares no mundo;
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Motivos que levam pessoas que residem em países com graves crises políticas, sociais e econômicas a se refugiarem em outras nações;
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A forma como os países do capitalismo avançado lida com os refugiados, uma vez que muitos adotam política restritiva na entrada dessas pessoas;
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Contextualização histórica entre os atuais refugiados e escravizados, no que se refere as condições de vida no processo de saída de seus países de origem.
Veja também: A crise dos refugiados
Causas e consequências do processo de refúgio
Confira o que Sávio Castro listou como causas e consequências do refúgio no mundo:
Causas do refúgio
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Guerras civis ou militares;
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Perseguições étnicas;
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Desemprego;
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Condições de miséria.
Consequências do refúgio
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Desequilíbrios financeiros nos países que recebem os refugiados;
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Dificuldades de alojamentos;
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Dificuldades linguísticas;
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Geração de empregos;
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Fome e miséria na instação da população refugiada;
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Aumento da criminalidade pela falta de estrutura e organização.
De acordo com o professor Tiago Salgado as principais causas são as guerras.
"Historicamente, o período das duas Guerras Mundiais foi marcado por intensa migração de refugiados, que buscavam se afastar dos violentos conflitos que marcaram principalmente a Europa. Pessoas que vivem em países que enfrentam crises econômicas e/ou políticas também podem ser considerados refugiados. Países como o Haiti, que experimentou uma série de tensões políticas, além de catástrofes naturais, são considerados ambientes em que os cidadãos buscam refúgio em outras localidades. Outro exemplo é o Oriente Médio, que, em função das constantes guerras que marcam a região, existe um constante fluxo de refugiados em direção à Europa e outras partes do mundo. Por sua vez, a Europa, experimenta um momento de retração econômica que acaba por fomentar movimentos de caráter xenófobos. Por outro lado, a guerra entre a Rússia e Ucrânia também causou muitos refugiados ucranianos, que entraram em diversos países europeus em busca de segurança."
Tiago Santos Salgado, professor de Geografia do Poliedro Colégio
O neocolonialismo aplicado pelos europeus nos países africanos desde o século XIX, consolidou, segundo Tiago, guerras civis que causaram o refúgio de muitos africanos para outras regiões. Muitas dessas pessoas vão às antigas metrópoles europeias ainda marcadas pelo racismo evidente, o que escancara outra problemática grave, pontua o educador.
Apenas três países representam 52% de todas pessoas que se refugiaram no mundo, segundo dados da ACNUR:
Agora, confira os principais países que acolhem refugiados no mundo:
Os dados da ACNUR Global Trends 2022, pesquisa mais recente sobre o panorama dos refugiados no planeta, foram divulgados no dia 14 de junho de 2023.
Estude: Resolva questões sobre o processo de imigração populacional
Dicas de estudo sobre a questão dos refugiados
Ambos os professores dizem sobre a importância de acompanhar os noticiários sobre as questões de refugiados no mundo.
A cobertura jornalística apresenta um panorama dos principais conflitos que estão ocorrendo em diferentes regiões do mundo, bem como as tensões políticas e econômicas relacionadas a eles.
Tiago enfatiza que é fundamental que o consumo dessas informações seja feito a partir de fontes confiáveis, ou seja, de veículos de comunicação éticos e responsáveis.
"O desafio do vestibulando é duplo, de reconhecer e analisar criticamente a questão dos refugiados e suas implicações locais, globais e acerca dos Direitos Humanos, e identificar e selecionar fontes de informação confiáveis e profissionais."
Tiago Salgado
Sávio pontua também o monitoramento dos sites oficiais, sendo eles os dos governos dos países que recebem os refugiados e também das Organizações Não Governamentais (ONGs) que trabalham com o tema.
Crédito da imagem:
[1] Lumiereist | Shutterstock