Luis Fernando Balby
A primeira coisa que você deve saber sobre a área de relações internacionais é: não existe uma área de relações internacionais. Por mais desapontador que isso possa parecer, essa é a dura realidade. Uma realidade que, contudo, tem lá seus benefícios. Precisamente por não ser um campo de estudos limitado, o curso de relações internacionais pode ser definido como um curso liberal, em que o estudante navega – ou bóia – pelos mares da história, economia, geografia, sociologia, direito, antropologia, letras, psicologia e até mesmo da filosofia. Isso nos leva para a primeira característica necessária a um estudante do curso: é preciso ser uma pessoa centrada para não correr o risco de se graduar sem se agarrar a nenhum conteúdo profissionalmente valioso. Consequentemente, ser criterioso é outro traço importante no perfil de quem estuda relações internacionais.
Nos dois primeiros semestres do curso, os professores se empenharão com todas as suas forças em afirmar que relações internacionais constitui uma área de estudos específica, com objeto e metodologia definidos. – o que só vale, é claro, para os raros professores que cumprem com a obrigação de dar aula. A princípio o estudante acreditará nisso e, o pior, se esforçará para provar que todas as teorias, modelos e suposições aos quais dedica horas e horas de estudo têm alguma relevância prática. Ao final desse período, ou durante o processo, a grande maioria dos estudantes chega à difícil conclusão de que o que se estuda não era o que se esperava, que é muito complicado aprender alguma coisa nova na área e que o pouco que se aprende não tem aplicação na vida profissional – obviamente supondo que o indivíduo não espere continuar no mundo acadêmico depois de formado.
Os terceiro e quarto semestres são, sem dúvida, os mais desoladores. É o momento da seleção natural em que muitos não sobrevivem à verborragia teórica de relações internacionais e resolvem abandonar o curso. Os que resistiram são de duas espécies: os cínicos e os de estômago forte, os que permanecem para ver “aonde vai dar”. Ir às aulas se torna um ato extremamente sacrificante, assim como estudar para provas. Alguns buscam um alento em estágios, outros simplesmente vão tocando a vida acadêmica sem maiores perspectivas.
Mas eis que surge a luz. Depois de tanta tristeza e de fraqueza nas pernas, eis que surge a luz. É bem verdade que para alguns o processo de surgimento dessa pequena esperança não é assim, tão espontâneo, mas de forma geral ele ocorre entre os quinto e sexto semestres, quando os estudantes passam por um processo de amadurecimento. É nesse momento que os sobreviventes se dão conta do quão ampla é sua área e da necessidade urgente de se agarrar a alguma coisa sólida, alguma vocação pessoal, antes que o bonde passe de vez. Nessa fase inicia-se um processo de especialização, em que os estudantes começam a se orientar para aquilo que de fato buscaram inicialmente ao optarem no vestibular por relações internacionais, vislumbrando nas áreas de história, direito, economia, sociologia ou outras, possíveis conexões com o enorme mundo que se esconde entre as fronteiras dos países.
Não posso dizer muito sobre os dois últimos semestres do curso, pois atualmente estou no sétimo semestre. O que sei é que se trata do momento final, a hora da difícil orientação e necessária clareza de se decidir o que fazer profissionalmente com o pouco que se aprendeu. Pessoalmente, acredito que o que há de mais belo na área de relações internacionais não seja a academia em si, mas o mundo real que descobrimos pela experiência prática em estágios ou depois disso, no exercício da profissão. É aí que percebemos que, na realidade, tudo o que se espera de um estudante ou profissional de relações internacionais é que ele tenha duas habilidades básicas: que entenda e saiba lidar com o ser humano de sua própria e de diferentes culturas e, em decorrência, que domine muito bem outros idiomas. Uma vez chegada a esta simples e não pouco suada conclusão, abre-se um leque de possibilidades profissionais das quais a diplomacia é apenas a mais óbvia, seguida pela carreira acadêmica, trabalho em ONG’s, trabalho em projetos de participação internacional, trabalhos em organismos internacionais, consultoria a empresas multinacionais dentre outras. Enfim, são muitas as possibilidades e o mundo é o limite.
Nos dois primeiros semestres do curso, os professores se empenharão com todas as suas forças em afirmar que relações internacionais constitui uma área de estudos específica, com objeto e metodologia definidos. – o que só vale, é claro, para os raros professores que cumprem com a obrigação de dar aula. A princípio o estudante acreditará nisso e, o pior, se esforçará para provar que todas as teorias, modelos e suposições aos quais dedica horas e horas de estudo têm alguma relevância prática. Ao final desse período, ou durante o processo, a grande maioria dos estudantes chega à difícil conclusão de que o que se estuda não era o que se esperava, que é muito complicado aprender alguma coisa nova na área e que o pouco que se aprende não tem aplicação na vida profissional – obviamente supondo que o indivíduo não espere continuar no mundo acadêmico depois de formado.
Os terceiro e quarto semestres são, sem dúvida, os mais desoladores. É o momento da seleção natural em que muitos não sobrevivem à verborragia teórica de relações internacionais e resolvem abandonar o curso. Os que resistiram são de duas espécies: os cínicos e os de estômago forte, os que permanecem para ver “aonde vai dar”. Ir às aulas se torna um ato extremamente sacrificante, assim como estudar para provas. Alguns buscam um alento em estágios, outros simplesmente vão tocando a vida acadêmica sem maiores perspectivas.
Mas eis que surge a luz. Depois de tanta tristeza e de fraqueza nas pernas, eis que surge a luz. É bem verdade que para alguns o processo de surgimento dessa pequena esperança não é assim, tão espontâneo, mas de forma geral ele ocorre entre os quinto e sexto semestres, quando os estudantes passam por um processo de amadurecimento. É nesse momento que os sobreviventes se dão conta do quão ampla é sua área e da necessidade urgente de se agarrar a alguma coisa sólida, alguma vocação pessoal, antes que o bonde passe de vez. Nessa fase inicia-se um processo de especialização, em que os estudantes começam a se orientar para aquilo que de fato buscaram inicialmente ao optarem no vestibular por relações internacionais, vislumbrando nas áreas de história, direito, economia, sociologia ou outras, possíveis conexões com o enorme mundo que se esconde entre as fronteiras dos países.
Não posso dizer muito sobre os dois últimos semestres do curso, pois atualmente estou no sétimo semestre. O que sei é que se trata do momento final, a hora da difícil orientação e necessária clareza de se decidir o que fazer profissionalmente com o pouco que se aprendeu. Pessoalmente, acredito que o que há de mais belo na área de relações internacionais não seja a academia em si, mas o mundo real que descobrimos pela experiência prática em estágios ou depois disso, no exercício da profissão. É aí que percebemos que, na realidade, tudo o que se espera de um estudante ou profissional de relações internacionais é que ele tenha duas habilidades básicas: que entenda e saiba lidar com o ser humano de sua própria e de diferentes culturas e, em decorrência, que domine muito bem outros idiomas. Uma vez chegada a esta simples e não pouco suada conclusão, abre-se um leque de possibilidades profissionais das quais a diplomacia é apenas a mais óbvia, seguida pela carreira acadêmica, trabalho em ONG’s, trabalho em projetos de participação internacional, trabalhos em organismos internacionais, consultoria a empresas multinacionais dentre outras. Enfim, são muitas as possibilidades e o mundo é o limite.