Um segundo alerta para a gripe suína

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O assunto já foi abordado aqui no Blog da Redação. Assim que os primeiros quatro casos de infecção pelo vírus H1N1 foram notificados pelo Ministério da Saúde, nós trouxemos a você vestibulando as principais informações sobre a doença que agora é um alarde mundial, e brasileiro. Por isso, vale a pena falar de novo.

Ontem, 18 de agosto, o ministério confirmou 368 óbitos pela doença no Brasil, 151 deles só em São Paulo. Ocupamos o 9º lugar na lista de países com maiores números absolutos de morte: 0,19 para cada 100 mil habitantes. Alguns especialistas acreditam que o pior está quase passando. Com a chegada da primavera, as aglomerações em locais fechados por conta do frio tende a diminuir. O calor pode ser uma saída para que as pessoas entendam que quanto mais arejado estiver um local, menor o risco de infecção.

Mas alastrando como um efeito dominó, a nova gripe causa medo entre todas as camadas sociais, principalmente entre aquelas que apresentam fatores de risco, como gravidez, doenças respiratórias, cardiopatias ou deficiências no sistema imunológico. Não é mais tão estranho ver alguém usando máscara cirúgica andando nas ruas. Agora, faz parte da rotina. A recomendação do Ministério da Saúde é que elas são indispensáveis somente para aqueles que terão contato direto com o paciente infectado.


Máscaras cirúrgicas: elas são realmente necessárias?

O medo é tanto que só na segunda-feira (17) foi que a maioria das escolas e universidades dos estados com grande incidência do vírus voltou a suas atividades normais, mas com medidas paliativas para tentar conter o avanço da gripe A. A UnB, por exemplo, melhorou o sistema de ventilação das salas de aula e capacitou servidores e professores sobre as formas de identificação da doença.

Os alunos também estão sendo orientados a evitar contatos mais próximos como abraços e beijos. Escolas particulares de ensino básico de todo o país colocaram recipientes de álcool em gel nos corredores. Copos descartáveis também estão sendo disponibilizados ao lado dos bebedouros, além de sabonetes líquidos e porta-papel nos banheiros. Medidas semelhantes deveriam ser implantadas em unidades públicas de ensino, o que não está acontecendo na maioria delas. Por quê? Falta veba e recursos do orçamento público.

Apesar do grande temor instalado, é preciso parar e perguntar: foi realmente necessário tudo isso? Afinal, de que adianta adiar a volta às aulas para evitar aglomerações de pessoas, sendo que ônibus lotado também colabora para a propagação do H1N1? Isso sem contar os restaurantes, rodoviárias, shoppings, estádios de futebol dentre tantos outros lugares que propiciam a livre circulação do vírus. Se a medida fosse tão eficaz, os presos das cadeias lotadas e fétidas de todo o país deveriam ser soltos, já que os locais funcionam como um rastilho de pólvora, diante da total falta de estrutura a disposição dos reeducandos.

Um fato é certo: nenhuma iniciativa para evitar o contágio é tão eficaz como manter os bons hábitos de higiene. Lavar periodicamente as mãos deveria ser rotina de todos, mas por que só agora é que se bate tanto nessa tecla? Sabonetes líquidos e toalhas de papel deveriam ser itens obrigatórios em todos os locais de uso coletivo, independente de pandemia ou não.


É pelas mãos que o vírus se propaga com maior facilidade

Além disso, doenças que matam muito mais no mundo podem ser evitadas com as mesmas atitudes de prevenção. É o caso da leishmaniose, que atinge cerca de 30 brasileiros por ano, ou até mesmo a diarreia infantil. Disso, o sensacionalismo midiático nem trata mais, já que nem a administração pública fala sobre o assunto. É a cara do Brasil!

Discussões ideológicas a parte, nós queremos saber de você vestibulando: o que está fazendo para evitar a infecção pela nova gripe? Como está o panorama da doença em sua cidade e estado? Compartilhe sua experiência com estudantes de todo o país!

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