Qual a idade da violência?

O artigo não representa a opinião do site. A responsabilidade é do autor do texto.

A cena tornou-se comum: Um ou dois jovens vestidos de preto invadem escolas ou universidades fortemente armados e disparam contra alunos e professores. A maioria deles, em seguida, comete suicídio. O cenário: escolas e universidades dos Estados Unidos da América. Essa cena voltou a se repetir na tarde de ontem nos EUA, quando um homem de 27 anos atirou contra uma classe de 150 alunos em uma Universidade no estado de Illinois, matando seis deles (inclusive o professor) e suicidando-se em seguida. Um total de 15 pessoas foram gravemente feridas.

Só nos últimos dez dias, os norte-americanos presenciaram cinco homicídios em estabelecimentos de ensino, a maior parte deles protagonizados por jovens. Os “mass murders” ou “assassinatos em massa” nas escolas assombram o país desde 1966, quando Charles Whitman matou treze pessoas do alto da torre da Universidade do Texas.

Desde então, esses casos tornaram-se comuns, temas de discussão da sociedade americana e até mesmo filmes, como “Tiros em Columbine” (2002) do “diretor-bomba” Michael Moore, que trata do caso acontecido em 1999, no Colégio Columbine, no Colorado, onde dois jovens mataram 13 estudantes e professores e depois suicidaram.

O caso mais famoso e mais grave até hoje aconteceu dez meses atrás, na Universidade Técnica da Virgínia. Na ocasião, o estudante Seug-Hui Cho (foto abaixo) matou 32 pessoas na universidade, cometendo suicídio em seguida. Autoridades dizem que Cho tinha “problemas mentais”.


Cho e a clássica foto com o martelo: Existe uma justificativa para o problema?

Distúrbios mentais aparecem como uma das justificativas mais comuns para esses casos. Outra é a de que os jovens inspiraram-se em filmes ou jogos violentos antes de cometer o crime. Mas muitos não levam em conta o fato de a sociedade americana conviver normalmente com armas e munições, que podem ser facilmente compradas por qualquer pessoa no país.

Europa

Apesar de os casos nos Estados Unidos serem piores, a violência entre os jovens europeus anda preocupando as autoridades. O que começou como piada entre os jovens ingleses em 2004, ganhou nome pela mídia no ano seguinte: é o fenômeno “Happy Slapping” ou, numa tradução literal, “Bofetada alegre”. Trata-se de uma “brincadeira” em que um grupo de jovens sai pelas ruas e escolhe uma pessoa, que apanha enquanto um deles filma a reação da vítima e depois coloca tudo na internet.

Os casos começaram a ficar cada vez mais sérios, envolvendo até mesmo a morte de vítimas da “piada”. O “happy slapping” chegou à França onde, no ano passado, o ainda ministro e atual presidente Nicolas Sarkozy propôs um projeto de lei proibindo que pessoas não jornalistas filmem ou fotografem brigas, conflitos de rua e demais cenas de violência. Tudo para tentar frear as bofetadas.


Cena de "Happy Slapping": Testemunho ou cumplicidade?

Na Inglaterra, uma jovem de 15 anos foi condenada à prisão por filmar o espancamento de um homem até a morte. Seus comparsas na surra, um de 17 e outro de 19 anos, também confessaram e aguardam sentença. A sociedade européia colocou em debate as punições francesas e inglesas, questionando quem deveria realmente sofrer uma pena: Quem filma ou quem bate?

No Brasil, a impunidade que parece vir de berço com jovens da alta sociedade faz com que saiam pelas ruas batendo e matando prostitutas, empregadas domésticas e outras vítimas.

A banalidade da violência tornou o jovem violento ou vice-versa? O que aconteceu com os jovens? Você acha que filmes ou jogos podem influenciar os jovens a cometer crimes? O que você acha da presença de jovens em tantos casos de violência? Afinal, o que leva a atual juventude a cometer tais crimes e delitos? Dê sua opinião!