O que muda com a Unasul?

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A Unasul, ou União das Nações Sul-Americanas, tratado assinado no dia 23 de maio pelos 12 países da América do Sul, confere personalidade jurídica internacional ao bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Desta maneira, a Unasul passa a ser reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como organização internacional e poderá negociar com outros países, com outros blocos econômicos e instâncias multilaterais.

A intenção é auxiliar na convergência dos blocos já existentes: o MERCOSUL e a Comunidade Andina. A diferença é que a Unasul possuirá estrutura independente e orçamento próprio.


Evo Morales e Lula em encontro do dia 23 de maio

O projeto Unasul foi discutido pela primeira vez no ano de 2004, em Cuzco, no Peru. Só o texto do Tratado Constitutivo foi negociado por 16 meses e, queimando etapas, construiu um bloco em quatro anos, enquanto a União Européia levou 50. Além do funcionamento burocrático, o Tratado define metas de cooperação econômica e comercial, cadeias de produção, pesquisa e inovação, promoção da diversidade cultural, intercâmbio de informações e defesa e segurança pública.


Unasul será uma espécie de União Européia

A sede do bloco sul-americano será em Quito, capital equatoriana. A presidência do órgão será alternada entre os presidentes dos países e o mandato será de um ano. A primeira representante escolhida é a presidente chilena Michelle Bachelet.

Depois da reunião da cúpula, os presidentes se reuniram sem a presença de jornalistas para discutir a questão Equador x Colômbia (quando o exército colombiano invadiu a fronteira do Equador para capturar e matar Raúl Reyes, o nº 2 das Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que ainda não foi superada de todo por seus representantes.


Hugo Chávez, Rafael Correa e Alvaro Uribe, protagonistas da crise Colômbia x Equador

O Senado Federal não aprovou a decisão do Itamaraty de garantir o funcionamento da Unasul antes mesmo de uma aprovação legislativa. O documento final da União acrescentou uma espécie de “medida provisória”, em que o presidente pode emitir uma lei que tenha sua aprovação facilitada no Congresso.

O grande desafio deste bloco econômico é colocar suas propostas em prática. Além disso, as disputas e interesses bi ou tri-laterais representam um desafio para o Tratado, que deverá, de forma diplomática, resolver os problemas enfrentados pelos polêmicos presidentes da parte sul da América.


Michelle Bachelet, a 1ª presidente da Unasul

E você? Acredita que este bloco econômico funcionará de fato ou talvez seja só mais uma boa idéia que ficará no papel? Não deixe de opinar!