A responsabilidade da informação
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A comunicação não é “terra de ninguém” é preciso ter cautela ao produzir conteúdos.
Com a chegada e popularização da internet e, a partir daí, a disseminação das redes sociais, com facilidade de acesso a produção de conteúdo, é possível comungar com Marshal McLuhan e acreditar sim que vivemos uma “Aldeia Global”. O conceito foi desenvolvido ainda na década de 60, mas permanece atual como nunca, apesar do passar dos anos.
Hoje é muito fácil publicar conteúdos midiáticos, sem a devida seleção e checagem de informações e por vezes até de revisão gramatical. Seria essa a liberdade de expressão assegurada pela Constituição Brasileira? Mas e a qualidade da informação não estaria comprometida?
Sou um profissional da comunicação e, mesmo antes de ingressar em uma universidade, me preocupei com a derrubada da exigência do diploma para jornalista, por parte do Superior Tribunal Federal em 2009. Os grandes veículos de comunicação, à época, repudiaram a atitude e endossaram a necessidade de ter formação para elaboração de conteúdos midiáticos.
Pois bem, lá se vão sete anos sem que seja necessário formação superior para exercer jornalismo. Que impactos isso tem? Vou citar alguns exemplos, talvez não tão graves, das consequências disso: recentemente foi divulgado pelas redes sociais a notícia de que a cantora sertaneja Roberta Miranda teria morrido. Assim foi com outras figuras notáveis da cultura brasileira, como Renato Aragão, Augusto Liberato e outros.
Brincadeira de muito mau gosto, é verdade. Mas tudo isso é desmentido pelos mais espertos que correm em sites “confiáveis” para checar a informação (diga-se de passagem, checar é uma das funções de um jornalista).
Outro fato curioso e de extrema gravidade se deu em Guarujá, no Litoral de São Paulo. Uma dona de casa morreu após ter sido espancada por populares que a acusavam de bruxaria. Os boatos começaram em uma página de rede social que divulgava “notícias” da região. O boato foi desmentido dias depois. Crueldade? Tragédia? Fatalidade?
Olha a responsabilidade de quem elabora conteúdo para web. Fato é que estou há algum tempo pensando nas palavras que escrevo para não comprometer ou acusar ninguém.
Mas, voltando ao assunto, quais seriam esses sites confiáveis em que se pode confirmar a veracidade de tais informações? Aqueles que pertencem a empresas já reconhecidas por seu conteúdo jornalístico, reconhecimento este que não vem da noite para o dia.
Não quero aqui cercear o direito de qualquer cidadão e expressar como quer, mas preciso ressaltar a importância da minha profissão como emissor de conteúdo verídico. Não há a possibilidade de um médico, por exemplo, indicar um “cházinho da tia” pra curar os efeitos de um resfriado. Existem técnicas, critérios e código de ética pra serem seguidos.