Graduado em Relações Internacionais

Por Adriano Lesme

José Niemeyer, do Ibmec/RJ
José Niemeyer, do Ibmec/RJ
Imprimir
Texto:
A+
A-
PUBLICIDADE

Com a abertura comercial definitiva iniciada nas últimas décadas, em paralelo ao processo de internacionalização dos fluxos produtivos, financeiros e culturais, o curso de Graduação em Relações Internacionais ganha destaque cada vez mais.

Todavia é importante esclarecer onde e como esse profissional irá atuar nesse competitivo mercado de trabalho.

Os Internacionalistas (assim denominados os Bacharéis em Relações Internacionais) serão diplomatas; outros pesquisadores e professores; funcionários de organizações e agências internacionais; agentes de governo; e assim por diante.

No entanto, há ainda muitos graduandos e graduados em Relações Internacionais que se perguntam se poderão atuar na área privada das relações internacionais. Basicamente nas grandes e médias empresas que cada vez mais se internacionalizam.

Claro! Inclusive parece que esse é o processo natural para aqueles que optaram em cursar a Graduação em Relações Internacionais.

Nesse caso, os formados em RI irão atuar como assessores de alto nível nas organizações empresariais, nacionais ou multinacionais.

Serão profissionais com um viés de análise multidisciplinar denso, preparados para pensar a conjuntura externa sob a influência da situação doméstica; e vice-versa.

Muitos são os casos reais que apresentam esse desafio. Inclusive e principalmente na perspectiva da empresa brasileira, cada vez mais inserida no sistema-mundo.

Os Internacionalistas do setor privado brasileiro irão, por exemplo:

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

1- ... auxiliar na tomada de decisão da Vale em assumir ou não um novo projeto na Colômbia;

2- ... formatar informações para a definição das parcerias que a Alcoa busca implementar em novos mercados, como a China;

3- ... apresentar relatórios alternativos sobre os países nos quais a Embraer enxerga possibilidade de mercado, seja na área civil ou de Defesa;

4- ... projetar os entraves ou os benefícios para as operações na América do Sul de empresas de papel e celulose, tanto na área do meio ambiente como na esfera da cooperação regional.

5- ... analisarão as muitas variáveis geoestratégicas das commodities agrícolas produzidas no Centro-Oeste brasileiro e suas implicações no setor da logística multimodal da parte norte do continente;

6- ... irão trabalhar em empresas de fornecimento de energia a partir dos centros de distribuição localizados no Brasil;

E assim por diante, focando uma rede de possibilidades quase incomensurável.

Em suma, os internacionalistas atuarão em organizações e empresas privadas como ‘Diplomatas Corporativos’ de alto gabarito, esclarecidos e dotados de uma gama sofisticada de instrumentos de análise, tanto de conjuntura nacional e internacional como de construção de cenários prospectivos.

Texto de José Niemeyer, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec/RJ.