Não é novidade alguma que a criminalidade haja, no Brasil, atingido enormes proporções, tornando-se preocupação constante na vida dos cidadãos de bem, e confinando-os em seus próprios lares. Infrações à lei têm sido cometidas inclusive por menores de idade, os quais, por vezes, são até mesmo usados para transportarem drogas, por exemplo, devido à relativa impunidade de que gozam legalmente. Discute-se assim, como estratégia para reversão desse quadro, a redução da maioridade penal a dezesseis anos.
Os favoráveis ao projeto ressaltam que a impossibilidade de ação policial contra jovens e adolescentes os incentiva ao crime, e destacam que outros países com menor criminalidade, como a Alemanha, têm por idade-limite já o décimo quarto ano de vida. De fato, é estranho que um jovem com dezesseis anos possa responder por seus votos e não por seus crimes.
Engana-se, contudo, quem julga tal medida legislativa como fruto de um protecionismo desnecessário do Estado. Na verdade, o que se pretende é evitar que cidadãos, geralmente sem perspectiva de futuro e vítimas de extrema pobreza, sejam, já em idades iniciais, postos em um sistema carcerário falido, que, em vem de lhes restituir a capacidade de conviver socialmente, acabe por capacitá-los ao crime. Mesmo que o jovem tenha, afinal, consciência de seus atos, de nada adianta colocá-lo em um local ineficaz sequer na recuperação de indivíduos adultos, o que pode ocasionar, ironicamente, um aumento na criminalidade, além de onerar o Estado.
Denota-se assim que não se pode copiar o exemplo de Estados desenvolvidos, ignorando-se as diferenças sociais entre os países. A única alternativa realmente eficaz para modificar tal quadro é, pois, um reforço maciço em projetos que abram oportunidade a jovens pobres, além de investimentos na democratização da educação de qualidade e em alterações no sistema prisional que o tornem apto a recuperar seus carcerários. Talvez depois, quando se estiver mais próximo de uma verdadeira justiça e a distância entre punir e corromper for suficientemente segura, se possa então pensar em redução da maioridade penal.
Comentários do corretor
Suas ideias e argumentos são bons. Você soube fazer comparações e propor soluções favoráveis. Para persuadir melhor o leitor utilize críticas/irônias para o convencimento.
Competências avaliadas
| Item | Nota | |
| Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
| Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.0 |
| Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
| Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.0 |
| Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
| NOTA FINAL: | 6.5 | |
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| 0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |