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Arquitetura hostil: um debate importante sobre essa forma de exclusão social

Enviada em: 14/10/2024

Status:

Corrigida
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Na obra "O Cidadão de Papel", o jornalista Gilberto Dimenstein critica o sistema de leis do Brasil, o qual possui uma boa elaboração, porém carece de efetividade na prática. Sob esse viés, a crítica da obra aplica-se no contexto nacional quanto ao uso de "arquitetura excludente", pois é uma questão a ser solucionada. A arquitetura excludente, que se refere ao uso de elementos arquitetônicos para afastar populações vulneráveis, como pessoas em situação de rua, expõe a forma como a cidade pode ser projetada para excluir. Logo, são necessárias medidas para solucionar o impasse, que é motivado pela falta de políticas públicas inclusivas e pela invisibilidade social. (Muito bem. Contextualizou o tema e formulou a tese)

Em primeiro lugar, constata-se o desserviço estatal como uma das causas da questão da arquitetura excludente no país. Nesse contexto, o filósofo Zygmunt Bauman criou a expressão "Instituições Zumbis", que diz respeito ao fato de que algumas instituições, como o Estado, estão perdendo sua função social. Nessa ótica, tal teoria é constatada no contexto brasileiro, uma vez que o poder público não implementa políticas urbanas que considerem os direitos humanos, o que acarreta a segregação de populações vulneráveis nos espaços urbanos. Dessa forma, devido à omissão governamental, a problemática é agravada no meio social, promovendo a exclusão em vez da inclusão.

(Boa estratégia coesiva) Ademais, a carência de discussões acerca da arquitetura excludente é um dos motivadores do impasse. Nesse sentido, segundo o sociólogo Karl Marx, em sua teoria do "Silenciamento dos Discursos", alguns temas são omitidos na sociedade a fim de se ocultar as mazelas sociais. Sob essa perspectiva, na sociedade brasileira contemporânea, a visão do autor pode ser aplicada quanto à invisibilização das populações marginalizadas, porquanto o assunto pouco é debatido no âmbito público e acadêmico, o que acarreta a manutenção do problema no País e perpetua a exclusão social. Desse modo, devido à carência de visibilidade dada à questão, a problemática se mantém no Brasil e impede o desenvolvimento de cidades mais inclusivas e humanas.

(Boa estratégia coesiva) Portanto, faz-se necessário ações para conter a proliferação da arquitetura excludente no Brasil. Para tanto, o governo federal, cuja função é manter a harmonia social, por meio do Ministério das Cidades e do Ministério dos Direitos Humanos, deve criar regulamentações urbanísticas que proíbam a implementação de estruturas excludentes e incentivem projetos que promovam espaços públicos inclusivos, a fim de garantir o direito à cidade para todos. Além disso, cabe à mídia, por meio de plataformas digitais, como blogs, podcasts e veículos de comunicação alternativos, promover debates sobre a questão, com o objetivo de conscientizar a sociedade acerca dos impactos negativos da arquitetura excludente. Feito isso, a realidade poderá se aproximar de uma sociedade mais justa, em que o espaço urbano seja acessível e acolhedor para todos, revertendo o cenário de exclusão social. (Proposta completa)

Comentários do corretor


Lembre-se: há um limite de 30 linhas para desenvolver as discussões. Ótima produção textual. Bom estudo! 


Competências avaliadas


Competência Nota Motivo
Domínio da modalidade escrita formal 160 Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita.
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa 200 Nível 5 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista 160 Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação 200 Nível 5 - Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos 200 Nível 5 - Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
NOTA FINAL:     920


Veja abaixo a nota relacionada a cada nível
Nível 0 Nota 0
Nível 1 Nota 40
Nível 2 Nota 80
Nível 3 Nota 120
Nível 4 Nota 160
Nível 5 Nota 200