Conforme apontou Zygmunt Bauman, “não são as crises que mudam o mundo, e sim nossa reação a elas”. Ao associar tal reflexão com o panorama nacional, observa-se que a população, ao se distanciar de uma participação ativa na sociedade, enfraquece as reações necessárias para combater a arquitetura hostil no Brasil. Nesse sentido, a atuação cidadã torna-se crucial para a transformação social. Dessa forma, é essencial analisar os fatores que sustentam essa problemática, como a negligência governamental e a desinformação social. (Muito bem. Contextualizou o tema e formulou a tese)
Sob esse viés, nota-se a omissão estatal em implementar políticas efetivas voltadas para esse urbanismo excludente, o que perpetua a precariedade de soluções para o fator alarmante. Segundo o filósofo inglês, Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir a segurança e o bem-estar da nação. Entretanto, essa premissa não se concretiza no Brasil, visto que as autoridades não oferecem propostas que, eventualmente, visem a melhoria dessa margem da população mais vulnerável em situações de ruas. Dessa maneira, infere-se, como resultado, o impacto negativo à saúde mental dessas pessoas marginalizadas, gerando a sensação de rejeição e perpetuando a exclusão social. Logo, não é justo que políticas públicas efetivas de acolhimento seja um privilégio de poucos, pois, congruente a Hobbes, a proteção e a comodidade da sociedade são responsabilidades fundamentais do governo.
(Boa estratégia coesiva) Ademais, o déficit de informação sobre a temática é outra barreira significativa para a solução do problema. A Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) assegura o direito de todos os cidadãos ao acesso a dados e informações produzidos pela administração pública. No entanto, a falta de transparência e a burocracia dificultam o pleno exercício desse direito, perpetuando a desinformação social. Sob essa ótica, a ausência de clareza nos dados contribui para a manutenção da discriminação desses indivíduos, uma vez que a população não tem subsídios para compreender que a falta de debates sobre essa exclusão contribui para a aceitação dessa prática. (Argumento pertinente. Apresente-o de modo mais produtivo) Dessa forma, é injusto que a desinformação impeça o enfrentamento dessa questão e promova a inação social.
(Boa estratégia coesiva) Infere-se, portanto, que é essencial a atuação estatal e social para tais obstáculos serem revertidos. Dessa forma, cabe ao governo federal, em parceria com a mídia, agente responsável pela propagação de informações, lançarem campanhas de conscientização por meio de programas televisivos e redes sociais com o intuito de sensibilizar a população sobre a importância do acolhimento a pessoas em situação de arquitetura opressiva. A mídia, com seu alcance e influência social, pode promover projetos de urbanismo humanizado a fim de excluir a banalidade diante do exposto, e conseguinte o governo federal deve dirigir benefícios de acesso à habitação para garantir moradia acessível a essa porção da sociedade brasileira. Dessa maneira, colocaria em prática a visão de Bauman, de modo que a reação ás crises resultaria em melhorias na comunidade. (Proposta completa)
Comentários do corretor
Mantenha os aspectos positivos. Bom estudo!
Competências avaliadas
Competência | Nota | Motivo |
Domínio da modalidade escrita formal | 160 | Nível 4 - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. |
Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o texto dissertativo-argumentativo em prosa | 200 | Nível 5 - Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo. |
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações em defesa de um ponto de vista | 160 | Nível 4 - Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista. |
Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação | 200 | Nível 5 - Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos. |
Proposta de intervenção com respeito aos direitos humanos | 200 | Nível 5 - Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. |
NOTA FINAL: 920 |
Veja abaixo a nota relacionada a cada nível | ||||
Nível 0 | Nota 0 | |||
Nível 1 | Nota 40 | |||
Nível 2 | Nota 80 | |||
Nível 3 | Nota 120 | |||
Nível 4 | Nota 160 | |||
Nível 5 | Nota 200 |