Futebol - o imaginário do povo - Banco de redações

Que o povo brasileiro é apaixonado por futebol, disso ninguém tem dúvida, mas quando a questão é se deve o Brasil ser a sede da Copa de 2014, a resposta é muito mais complexa, e de todos os lados surgem argumentos os mais diversos, ora a favor, ora contra.

Um dos principais pontos levantados pelos analistas refere-se a elevada necessidade de investimentos que o evento requer, no qual incluem-se melhoria na infraestrura, entendendo-se como tal a disponibilidade de estádios modernos dentro de um novo conceito de segurança e conforto das instalações, capacidade de lotação, acessibilidade dentre outros exigidos pela FIFA para um espetáculo de tal envergadura.

As incertezas quanto aos investimentos por outro lado são contrabalançadas, na visão de políticos, pelo movimento na economia que as necessárias obras de adequação dos estádios, ampliação dos transportes e redes hoteleiras em face da demanda de mão de obra e criação de empregos que essas obras implicarão. Por outro lado seus críticos ressaltam que esses investimentos seriam mais bem aplicados em saúde e educação, áreas reconhecidamente carentes de investimento e recursos no nosso país, responsáveis pela indigência social no caso do primerio e entrave no nosso desenvolvimento no segundo.

A despeito do fato de reconhecer que as críticas apresentadas a realização dos jogos no Brasil em 2014 no que concerne aos investimentos tem base fundamentada; e do mesmo modo tendo como base a teoria da piramide de Maslow, que advoga a tese, muito consistente e internacionalmente aceita de que, o homem possui necessidades básicas a serem atendidas, que vão das fisiológicas, como comer e dormir, na base da piramide, passando pelas de segurança e saúde até às de prazer no qual podemos incluir amor e relacionamento social, sou levado a propor uma inversão desta lógica, levando em consideração que o futebol é o imaginário do povo.

A história recente do país, com a realização do Pan-Americano no Rio de Janeiro, nos permite avaliar que houve tropeços, mas que esse imaginário foi atingido e fez muito bem ao ego carioca. Será que o povo brasileiro não merece? Acrescente-se a isso a inegável capacidade de empreendedorismo do povo brasileiro e ao cenário favorável de nossa economia, vamos ousar e fazer um bonito espetáculo, com a mesma responsabilidade que temos ao investir em saúde e educação.