Responsabilidade e intervenção - Banco de redações

A relação entre os seres humanos e a natureza é algo intrínseco a à sua existência. Isso porque é do meio externo que o homem adquire condições de sobrevivência. No entanto, a dinamicidade dos contextos desencadeou o advento de novas tecnologias e reformulou a concepção de progresso, vinculando-o a preceitos capitalistas de produção. Diante disso, o meio ambiente tem sofrido com um processo depredatório, de modo a preocupar, na contemporaneidade, a sociedade a nível global. Porém, aspectos políticos e econômicos dificultam acordos e acentuam as disparidades regionais.

Historicamente, é possível perceber que somente a partir da década de 1970, momento de crise generalizada do petróleo, que as pessoas passaram a buscar mecanismos de desenvolvimento sustentável. Prova disso reside na ocorrência das primeiras conferências internacionais, tal como a de Estolcomo. Desde então, os países valem-se da diplomacia na tentativa de cooperação. Entretanto, a ideologia capitalista tem degenerado até mesmo a perspectiva de sustentabilidade, ao mercantiliza-la em produtos ditos “verdes”, que são mais caros.

Convém salientar que o cenário global mostra-se contrastante, seja no aspecto das responsabilidades, seja no poder de intervenção. Partindo dessa premissa, pode-se analisar os vínculos de dependência externa dos países menos desenvolvidos, pois eles são os menos culpados, no entanto, são os que mais sofrem . Consequentemente, as potências econômicas, detentoras dos centros de pesquisas, criam “soluções” para amenizar os problemas por elas provocados e impõem responsabilidades àqueles que mal conseguem manter a qualidade de vida de sua população interna.

Outro aspecto a ser destacado diz respeito ao pensamento exposto por Milton Santos, no qual afirma que o espaço geográfico é uma aglutinação de tempos distintos. Nesse sentido, então, nota-se que cada geração contribui de alguma maneira para a configuração do ambiente. Porém, diante de uma falência moral da sociedade, muitos se mostram apáticos e não se comprometem, de modo a prejudicar sua descendência.

Portanto, é notório que a relação entre sociedade e meio ambiente é de interdependência, (.) todavia, questões culturais, políticas e econômicas têm deturpado esse equilíbrio. Dessa forma, faz-se necessária a fiscalização feita por órgãos supranacionais no sentido de impedir o surgimento de novos instrumentos de dominação. Além disso, a colaboração de cada indivíduo é fundamental na preservação das riquezas naturais, tão degradadas pela produção humana.