Dia do Profissional da Educação Física: professores compartilham suas experiências

O Dia do Profissional de Educação Física é comemorado neste 1º de setembro. Professores compartilham suas experiências na área

Em 01/09/2023 00h15 , atualizado em 02/04/2024 16h30
Por Lucas Afonso
A prescrição e orientação de exercícios físicos é uma das funções do profissional de Educação Física.
Crédito da Imagem: Foto - Shutterstock

O Dia do Profissional de Educação Física é celebrado nesta sexta-feira, 1º de setembro. A data foi criada em 1998 devido à Lei nº 9.696 que regulamentou a profissão no Brasil. 

Os profissionais de Educação Física podem atuar em diferentes áreas. Há duas habilitações, de bacharel e licenciado. Com a licenciatura, os professores atuam no espaço escolar. Já com o bacharelado, os profissionais podem trabalhar em clubes, equipes de esportes, academias de ginástica e musculação.

Entre as atividades desempenhadas pelos professores de Educação Física estão:

  • Prescrição e orientação de exercício físico;

  • Desenvolvimento e aplicação de aulas de treinamento funcional, ritmos (dança de ginástica), entre outras modalidades;

  • Atuação como professor da educação básica e superior;

  • Atuação em gestão de projetos e políticas públicas na área do esporte;

  • Empreendedorimo na área de esportes e fitness.

  • Marketing esportivo;

  • Treinamento esportivo em clubes e equipes de diferentes modalidades;

  • Pesquisa científica.

O curso superior possui quatro anos de duração e é ofertado nas modalidades presencial, semipresencial e a distância (EaD). Para atuar enquanto profissional de Educação Física é necessário estar registrado em algum Conselho Regional de Educação Física (CREF) do país. 

Saiba mais: Tudo sobre o curso, a profisssão e o mercado de trabalho da Educação Física 

Profissão de Educação Física na prática

O Brasil Escola conversou com profissionais da Educação Física que contam sobre suas trajetórias no curso e como é a prática de trabalho na área.

Educação Física e Dança 

O processo de formação em um curso superior é desafiador para muitas e muitos brasileiros. Para além das atividades e demandas acadêmicas, há os fatores sociais que atravessam a realidade de estudos para uma parcela da população. 

A mineira, natural de Belo Horizonte (MG), Glauciana Ribeiro (42), relata que a trajetória da graduação foi marcada pela dificuldade financeira. Ela conta que essa realidade é comum para muitas mulheres pretas e periféricas. 

Nesse período, Glauciana conciliou o trabalho de plantonista como técnica de enfermagem em um hospital com o curso superior. As várias noites sem dormir, para poder se dedicar aos estudos, faziam parte da rotina da jovem.

A opção pela Educação Física se deu para conciliar duas áreas em que ela ama trabalhar, a de saúde e as artes, já que na época era bailarina. 

Glauciana Ribeiro (42).
Crédito: Arquivo Pessoal. 

Com uma pós-graduação em treinamento desportivo, a profissional trabalha atualmente com a preparação física de bailarinas(os). Em seu trabalho, ela desenvolve cronogramas de treino com exercícios físicos específicos para as pessoas que dançam.

"Estudo o que elas dançam, quais as musculaturas precisam ser desenvolvidas com o objetivo de melhorar a técnica, aumentar a performance e, principalmente, reduzir o risco de lesão".

Glauciana Ribeiro

Aula de preparação física a distância ministrada por Glauciana.
Crédito: Arquivo Pessoal. 

Glauciana comenta no vídeo abaixo a respeito da importância da Educação Física enquanto área profissional para ela:

Personal trainer

Caleb Novais (35) atua como personal trainer em academias de musculação há 16 anos. O goiano sempre foi uma criança muito ativa e o ciclismo era uma das modalidades mais presentes em suas práticas.

No ensino médio, uma professora de Educação Física mostrou a ele um novo olhar em relação à profissão. Com ela, ele conta que foi possível compreender melhor qual era a função da profissão. A partir daí, teve a certeza de qual seria a graduação a cursar.

Seu intuito inicial era se formar para lecionar a disciplina em escolas. Entretanto, com os primeiros estágios na faculdade em academias de musculação, sua prática profissional tomou novos rumos.

Caleb Novais (35).
Crédito: Arquivo Pessoal.

Caleb buscou aproveitar ao máximo o período da graduação, durante o processo de formação realizou diversos cursos e essa capacitação se estende até hoje.

Um dos receios dele era a disciplina de Anatomia e as demais que tratavam do corpo humano. Porém, com dedicação, conseguiu lidar com esse desafio. Atualmente, ele reforça que estudar sobre o corpo humano e Cinesiologia, a ciência do movimento humano, é uma de suas paixões. 

Com o curso superior, o profissional afirma que mudou o olhar para a Educação Física que tinha antes de se formar e conseguiu compreender o impacto positivo, na saúde física e emocional das pessoas. 

É importante para o profissional da Educação Física entregar bons resultados, ter zelo pelos seus alunos e atuar de forma ética com os clientes e colegas de trabalho, enfatiza Caleb. 

"Temos que, cada vez mais, conscientizar as pessoas quanto à promoção de saúde, à qualidade de vida e ao bem-estar. Para além dos exercícios, no aspecto da superação, de enfrentar barreiras e desafios."

Caleb Novais

Após formado, Caleb realizou um curso de especialização em Personal Trainer e Musculação e atualmente está cursando sobre biomecânica aplicada ao exercício físico. 

Veja também: O corpo humano - células, tecidos, órgãos e sistemas

Educação superior

Desde a infância, a paulista Tatiane Calve (45) praticava esportes. Com essas vivências, surgiu o interesse pela preparação física dos atletas. "Achava fantástica as alterações fisiológicas do corpo, em decorrência do treinamento", conta.

Ao longo da formação, com a participação em um projeto de extensão universitária de Educação Física Adaptada, ela identificou sua área profissional. "Não quis mais trabalhar com fisiologia do exercício e preparação física. Meu foco, a partir da minha experiência com o projeto, passou a ser na atividade física adaptada para pessoas com deficiência e idosos.", explica.

Tatiane Calve (45).
Crédito: Arquivo Pessoal.

Após formada, Tatiane iniciou a carreira acadêmica no Mestrado e começou a atuar no mercado de trabalho com o atendimento de pessoas idosas e com deficiência (Parkinson, distrofia muscular, paralisia cerebral e autismo). 

Seu doutorado abordou o treinamento da locomoção de idosos institucionalizados com o uso de um triciclo sem pedais. 

Há 19 anos, Tatiane trabalha como professora. Atualmente ela mora em Curitiba (PR) e ministra aulas no curso de Educação Física do Centro Universitário Internacional (Uninter). Além da docência, a educadora continua atendendo como personal trainer de populações especiais. "A docência é minha grande paixão. Transferir conhecimento é gratificante.", completa.

Treinamento funcional e ritmos

O desejo de ajudar outras pessoas quanto aos aspectos da saúde e estética, bem como o interesse pelo movimento, fez a goiana Kerem Beatriz (29) cursar Educação Física.

Kerem Beatriz (29).
Crédito: Arquivo Pessoal. 

Atualmente ela possui o próprio espaço para dar aulas de treinamento funcional personalizado para mulheres com foco no emagrecimento. Ela também ministra aulas de pilates solo, zumba e ritmos.

"O movimento faz parte de cada um de nós e a Educação Física nos proporciona isso. Hoje como profissional dessa área, tenho realizado o sonho de muitas mulheres conseguirem se sentir melhor com seus corpos", afirma. O exercício físico, para Kerem, reforça o sentido de autocuidado.