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Jorge e Luísa eram irmãos. Jorge havia se casado com Eufrásia, e vivia na casa de sua sogra, Mariana, junto com a sua esposa. Pouco depois de casado, a mãe de Jorge morreu e Luísa teve que ir morar com eles. Mas a vida naquela casa era um inferno. Jorge não era o senhor da casa e vivia sobre as ordens da esposa e da sogra, e assim elas fizeram de Luísa uma espécie de empregada da casa.
Luísa antes namorava Tibúrcio, mas agora já tinha oito dias que não o via, pois descobrira que ele era um pedreiro-livre, ou seja, o tipo de homem que à meia-noite fala com o diabo e mata crianças para lhes beber o sangue. Assim a moça estava mais triste do que nunca.
Junto a essa família havia o compadre de Mariana e de Eufrásia, o senhor Sousa, que ficava dando conselhos a elas dizendo que com sua experiência de velho sabia que as mulheres deviam levar o marido sobre suas ordens porque senão ele lhe pisaria o pescoço. Havia ainda o sobrinho de Marina, Felisberto, que também era primo de Eufrásia. Ele não respeitava nenhum pouco a pessoa de Jorge e entrava na casa sem o cumprimentar e ficava a portas fechadas com sua esposa.
Jorge, no entanto não tinha coragem de se impor e assim, cada vez mais, a sogra e a esposa se faziam senhoras dele e de Luísa.
No dia de finados,o Sousa foi à casa de Mariana e junto a ela convenceu Felisberto de trabalhar pedindo esmolas para os santos. Ele, de início, não queria, mas quando se deu conta de que assim seria fácil entrar na casa dos outros, aceitou o ofício.
Nesse dia também Luísa estando sozinha em casa e viu Tibúrcio chegar, só o deixou entrar porque ele vinha vestido como os que pediam esmola aos santos, assim eles conversaram e ele pode esclarecer a Luísa que ser um pedreiro-livre não tinha nada a ver com conversas com o diabo e sangue de crianças, e assim ele pediu sua mão em casamento. Mas antes que ele pudesse ter com Jorge para falar do casamento, Mariana e Eufrásia chegaram e, como que para evitá-las, porque o acusariam de amigo do diabo, ele se escondeu no armário.
No momento seguinte quando não havia ninguém na sala a não ser o Sousa, viu Felisberto chegar correndo. Fugindo de gritos que diziam ‘pega ladrão’, ele entregou um relógio a Sousa e se escondeu no armário. Sousa, ouvindo os gritos e tendo o relógio na mão, o deixou em cima da mesa e correu para o armário também. Depois disso, quem entrou na sala foi Jorge e vendo o relógio em cima da mesa e mais quatro bacias de esmolas, resolveu se esconder no armário para ver quem era o bandido que roubara aquilo ali.
Mas Eufrásia, assistindo a cena, correu e trancou o armário. Em seguida começaram a dar socos no armário e várias vozes a gritarem. Em seguida, Eufrásia e Mariana estavam correndo pela sala pedindo por socorro, pois tinham ladrões em casa, e logo Luísa se juntou a elas. Assim chegaram ali um cabo e os soldados, abriram o armário e Jorge saiu fechando a porta. Eles quiseram levar-lhe, mas Eufrásia disse que aquele era seu marido. Depois, abriram a porta e Sousa saiu, Jorge o acusou e assim os soldados o levaram preso. Em seguida saiu Felisberto, que tentou fugir, mas os outros soldados foram atrás e Jorge também.
Ficaram na sala só as senhoras, e aí Mariana e Eufrásia começaram a expulsar Luísa da casa, mas antes Tibúrcio saiu e disse que Luísa não ficava desamparada porque eles iam se casar. Instantaneamente Mariana e Eufrásia correram, gritando que estava ali um pedreiro-livre. Jorge que assistia à cena, viu finalmente o que fazer para ser o senhor da casa.
Ele pediu que Tibúrcio se escondesse no armário de novo e que, quando ele acenasse, pegasse Mariana e fizesse tudo o que ele estaria fazendo com Eufrásia. Assim eles fizeram. Quando as duas entraram na sala Jorge se declarou um pedreiro-livre e compadre do diabo e assim pegou as mãos da esposa e a rodava fazendo caretas, do mesmo modo o futuro cunhado fazia com a sogra.
Elas saíram correndo, e quando voltaram para sala, Jorge as cercou de um lado, Tibúrcio de outro lado e na porta de entrada estava um irmão das almas pedindo esmolas para os santos. As mulheres então pediram que tivessem misericórdia delas e suplicaram isso a Jorge. Assim Jorge conseguiu se tornar o senhor de sua casa e Luísa pôde se casar com Tibúrcio.
Por Rebeca Cabral
Luísa antes namorava Tibúrcio, mas agora já tinha oito dias que não o via, pois descobrira que ele era um pedreiro-livre, ou seja, o tipo de homem que à meia-noite fala com o diabo e mata crianças para lhes beber o sangue. Assim a moça estava mais triste do que nunca.
Junto a essa família havia o compadre de Mariana e de Eufrásia, o senhor Sousa, que ficava dando conselhos a elas dizendo que com sua experiência de velho sabia que as mulheres deviam levar o marido sobre suas ordens porque senão ele lhe pisaria o pescoço. Havia ainda o sobrinho de Marina, Felisberto, que também era primo de Eufrásia. Ele não respeitava nenhum pouco a pessoa de Jorge e entrava na casa sem o cumprimentar e ficava a portas fechadas com sua esposa.
Jorge, no entanto não tinha coragem de se impor e assim, cada vez mais, a sogra e a esposa se faziam senhoras dele e de Luísa.
No dia de finados,o Sousa foi à casa de Mariana e junto a ela convenceu Felisberto de trabalhar pedindo esmolas para os santos. Ele, de início, não queria, mas quando se deu conta de que assim seria fácil entrar na casa dos outros, aceitou o ofício.
Nesse dia também Luísa estando sozinha em casa e viu Tibúrcio chegar, só o deixou entrar porque ele vinha vestido como os que pediam esmola aos santos, assim eles conversaram e ele pode esclarecer a Luísa que ser um pedreiro-livre não tinha nada a ver com conversas com o diabo e sangue de crianças, e assim ele pediu sua mão em casamento. Mas antes que ele pudesse ter com Jorge para falar do casamento, Mariana e Eufrásia chegaram e, como que para evitá-las, porque o acusariam de amigo do diabo, ele se escondeu no armário.
No momento seguinte quando não havia ninguém na sala a não ser o Sousa, viu Felisberto chegar correndo. Fugindo de gritos que diziam ‘pega ladrão’, ele entregou um relógio a Sousa e se escondeu no armário. Sousa, ouvindo os gritos e tendo o relógio na mão, o deixou em cima da mesa e correu para o armário também. Depois disso, quem entrou na sala foi Jorge e vendo o relógio em cima da mesa e mais quatro bacias de esmolas, resolveu se esconder no armário para ver quem era o bandido que roubara aquilo ali.
Mas Eufrásia, assistindo a cena, correu e trancou o armário. Em seguida começaram a dar socos no armário e várias vozes a gritarem. Em seguida, Eufrásia e Mariana estavam correndo pela sala pedindo por socorro, pois tinham ladrões em casa, e logo Luísa se juntou a elas. Assim chegaram ali um cabo e os soldados, abriram o armário e Jorge saiu fechando a porta. Eles quiseram levar-lhe, mas Eufrásia disse que aquele era seu marido. Depois, abriram a porta e Sousa saiu, Jorge o acusou e assim os soldados o levaram preso. Em seguida saiu Felisberto, que tentou fugir, mas os outros soldados foram atrás e Jorge também.
Ficaram na sala só as senhoras, e aí Mariana e Eufrásia começaram a expulsar Luísa da casa, mas antes Tibúrcio saiu e disse que Luísa não ficava desamparada porque eles iam se casar. Instantaneamente Mariana e Eufrásia correram, gritando que estava ali um pedreiro-livre. Jorge que assistia à cena, viu finalmente o que fazer para ser o senhor da casa.
Ele pediu que Tibúrcio se escondesse no armário de novo e que, quando ele acenasse, pegasse Mariana e fizesse tudo o que ele estaria fazendo com Eufrásia. Assim eles fizeram. Quando as duas entraram na sala Jorge se declarou um pedreiro-livre e compadre do diabo e assim pegou as mãos da esposa e a rodava fazendo caretas, do mesmo modo o futuro cunhado fazia com a sogra.
Elas saíram correndo, e quando voltaram para sala, Jorge as cercou de um lado, Tibúrcio de outro lado e na porta de entrada estava um irmão das almas pedindo esmolas para os santos. As mulheres então pediram que tivessem misericórdia delas e suplicaram isso a Jorge. Assim Jorge conseguiu se tornar o senhor de sua casa e Luísa pôde se casar com Tibúrcio.
Por Rebeca Cabral