A mão e a luva

Por Marla Rodrigues

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Estevão e Luis Alves eram amigos de faculdade e dois anos antes de sua formatura, durante as férias, o primeiro se lastimava, pois Guiomar, a quem “amava profundamente”, simplesmente não sentia nada por ele. Estevão desejava a morte naqueles momentos, mas as palavras de Luis Alves o fizeram voltar à faculdade curado de qualquer mal do coração.

Mais tarde, já formados, os amigos se reencontraram. Luis Alves, ambicioso advogado como era, ingressara na carreira política e Estevão ainda era um iniciante. Assim, por uns dias, Estevão esteve na casa de Luis. Logo na primeira manhã, enquanto estava no jardim, viu uma moça que saía da casa vizinha. De longe a fantasiou e quando ela se aproximou já estava praticamente apaixonado pela moça, que se tratava de ninguém menos que Guiomar.

Conversaram e ela logo se retirou para acompanhar a madrinha no passeio matinal. Luis via a cena toda pela janela e esperava a confidência do amigo, porém ela não aconteceu. Para alegria do amigo, Luis deu a Estevão o trabalho de tratar de alguns negócios da família da baronesa.

Guiomar, que perdeu sua mãe e estava pronta para se tornar professora, abandonando toda sua ambição, foi tomada por sua madrinha, a baronesa, que logo se tornou sua mãe, visto que ela já tinha perdido a sua e a baronesa, a filha.

Sendo assim, a menina se tornou mais uma das belas moças da corte e sua madrinha ambicionava seu casamento com Jorge, sobrinho seu, um rapaz bom que vivia apenas da fortuna que possuía. Junto ao renascido amor de Estevão e o amor de Jorge havia Luis. Esse havia se declarado a ela há algum tempo, mas desiludido, deixara de lado o cortejo.

Os fatos que seguiram foram todas as portas fechadas para Estevão, que sofria do seu amor não correspondido. Enquanto isso, Jorge, auxiliado pela Senhora Oswald, enchia-se de esperanças quanto ao casamento tão feliz para ele.

Foi então que, por capricho de Guiomar e pela promessa antiga da baronesa, as duas resolveram ir para o campo por três ou quatro meses. Dada tal informação, Jorge procurou Luis para que juntos desmotivassem a baronesa. Tentaram, mas apenas quando Guiomar desistiu da ideia é que o ideal foi concretizado, e a menina só desistiu porque seu plano era fugir de Jorge, que já lhe escrevera se declarando e afirmando que se elas fossem, ele as acompanharia.

Em meio a isso, Estevão sofria pelo seu amor e Luis dizia serenamente a Guiomar que a amava. Foi também nesse mesmo período que Sra. Oswald, que insistia com a moça que o casamento entre ela e Jorge era o maior desejo da baronesa, sugeriu ao rapaz que pedisse a mão da menina de supetão junto à baronesa. Assim ele fez e a baronesa extremamente alegre lhe concedeu a noite para pensar em uma resposta.

A ação de Guiomar não foi outra a não ser o desespero, escreveu rapidamente um bilhete a Luis e lhe jogou janela adentro. Ele conversava com Estevão neste momento, afirmando como suas esperanças ainda podiam resistir, mas deveriam ser mínimas. Leu o bilhete que dizia “peça-me” e revelou tudo ao amigo. Estevão apenas foi embora.

No dia seguinte a baronesa recebeu uma carta de Luis que lhe pedia a moça em casamento. Sra. Oswald foi chamá-la e mais uma vez declarou que o casamento com Jorge era o maior desejo da baronesa. Quando a sós, a menina e a madrinha conversaram. A baronesa afirmou sua preferência, mas queria que a garota escolhesse.

A baronesa apenas por ver sua afilhada sabia que Luis era o escolhido e assim disse, mas a menina negou dizendo ser Jorge, nada mais que uma estratégia que só fez confirmar ao coração da menina que a madrinha não se zangaria com a escolha. 

Sendo assim, Luis e Guiomar se casaram. Jorge rapidamente se conformou com a ideia e Estevão, apenas drástico como era, sonhava com seu suicídio ali, durante o casamento. Mas nada atrapalhou o casal ambicioso e feliz que acabaram por se unir.

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Por Rebeca Cabral