Unesp concorda com metade das vagas para cotistas no Vestibular

Programa é destinado à candidatos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas.
Em 29/04/2013 17h09 Por Adriano Lesme

Imprimir
Texto:
A+
A-
PUBLICIDADE

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) deve ser a primeira instituição de ensino superior gerida pelo Estado de São Paulo a adotar metade das vagas para cotistas no seu vestibular. Em reunião realizada na última quinta-feira, dia 25, seu Conselho Universitário deliberou ser favorável às metas de inclusão social do Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp).

De acordo com o Pimesp, 50% das vagas de cada curso deverão ser ocupadas por candidatos que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas, assim como diz o texto da Lei de Cotas das universidades federais. Os negros, pardos e indígenas terão direito a 35% das vagas reservadas, que é o percentual dessa população no Estado de São Paulo, segundo Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A intenção é aplicar a meta de forma gradativa a partir do Vestibular 2014, começando com 35% no primeiro ano; 43% no segundo ano; chegando aos 50% já no terceiro ano, ou seja, no Vestibular 2016. Antes de aprovar de forma oficial o novo sistema de cotas, o Conselho Universitário da Unesp quer analisar melhor uma das estratégias propostas para atingir as metas: o Instituto Comunitário de Ensino Superior (ICES).

O ICES possibilitará a oferta de cursos superiores sequenciais com duração de dois anos, oferecidos em parceria com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), para atender 40% do total das metas étnico-sociais. A seleção dos cursos sequenciais será realizada por meio do desempenho dos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Ao final do primeiro ano do curso, os estudantes que tiverem aproveitamento superior a 70% terão ingresso garantido em cursos das Faculdades de Tecnologia (Fatecs), com escolha da vaga por desempenho no curso. Ao final do segundo ano, os concluintes terão ingresso garantido nas Fatecs e universidades e faculdades estaduais, também com escolha da vaga por desempenho.

Pimesp

O Governo de São Paulo pretende investir R$ 94,679 milhões até o sétimo ano do Pimesp, começando com R$ 27,017 milhões no primeiro ano. Parte do dinheiro será usado em bolsas manutenção de meio salário mínimo aos alunos com renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo.

Além da Unesp, as instituições de ensino que farão parte do programa são a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Fatecs-SP. A intenção é matricular mais 4.520 estudantes oriundos de escolas públicas nessas instituições, sendo 2.543 desses autodeclarados negros, pardos e indígenas.

Por Adriano Lesme