Olimpíadas escolares podem ajudar nos estudos para Enem e Vestibulares

A preparação para as olimpíadas escolares contribuí para um bom desempenho também em processos seletivos.
Em 05/05/2016 15h30 , atualizado em 05/05/2016 16h15 Por Rafael Batista

Final da Olimpíada  Nacional de História do Brasil
Final da Olimpíada Nacional de História do Brasil
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Ao longo do ano escolar, alguns eventos ligados à educação podem ajudar os alunos na preparação para as provas de Vestibular e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). É o caso das Olimpíadas Escolares, que oferecem premiações em troca de um bom desempenho dos estudantes em competições de perguntas e respostas.

As olimpíadas mais conhecidas e com participação de alunos do Brasil inteiro são as Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro e Nacional de História do Brasil (ONHB). Com organizações independentes entre si, as competições contam com etapas a distância e a final de forma presencial. Os grupos de alunos inscritos contam com o acompanhamento de professores que também podem ser premiados no final.

Matemática

Realizada desde 2005, a mais antiga delas é a de Matemática que, em 2016 prepara sua 12ª edição. Podem participar estudantes matriculados a partir do 6º ano do ensino fundamental. As provas acontecem em duas etapas, sendo a primeira nas escolas participantes e a segunda com aqueles que alcançarem uma boa colocação na fase anterior.

O estudante José Márcio, que hoje cursa Matemática na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), começou a se preparar para as provas no 6º ano do ensino fundamental. Além de estudar sozinho em casa, o aluno conta que ia para a escola inclusive aos sábados. “Tínhamos aula com o professor de matemática e nos encontrávamos para discutir problemas”, conta José Márcio, que se inscreveu na olimpíada “motivado a aprender mais matemática”.

Estudante José Márcia mostra as medalhas que conquistou em competições de Matemática
Estudante José Márcio mostra as medalhas que conquistou em competições de Matemática

Uma das características apontada pelo estudante é o grau de dificuldade das questões da OBMEP. A possibilidade de ter sucesso nos vestibulares é grande, pois, de acordo com José Márcio, “algumas questões da olimpíada são mais difíceis que as do Enem”.

Língua Portuguesa

Uma das grandes preocupações que envolve os principais vestibulares do Brasil e o Enem é a redação. Alguns estudantes se preparam por meio da Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. O concurso conta com a participação de estudantes do 5º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.

A proposta da Olimpíada de Língua Portuguesa é desenvolver textos de diversas categorias com base em um tema comum. Distribuídos em grupos, por anos escolares, na olimpíada são produzidos poemas, memórias literárias, crônicas e artigos de opinião.

Responsável pelo acompanhamento dos alunos em uma escola pública de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, a Professora Tárcia Maria acredita que a redação é um treinamento para o Enem. “Os temas são relevantes e ajudam os alunos na argumentação proposta e na defesa da tese”, aponta Tárcia.

A estudante Joyce Almeida, de 18 anos, foi orientada pela Professora Tárcia e venceu a Olimpíada em 2013, quando estava no 2º ano do ensino médio, mesmo ano em que passou no vestibular para o curso de Letras da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Joyce lembra que na mesma época tirou quase 800 pontos na redação do Enem. “Como eu competi para a categoria Artigo de Opinião, a preparação me ajudou bastante na redação”, diz a estudante, que tinha orientações com a professora inclusive fora da escola.

A preparação era feita uma vez por semana em oficinas de 50 minutos, ministradas pelos professores da escola. Além disso, os estudantes que participavam produziam uma redação a cada semana. “Como a gente treinava textos argumentativos, buscávamos temas polêmicos na cidade”, explica a estudante.

Joyce não conseguiu se matricular na UECE por não ter concluído o ensino médio. Quando concluiu, usou a nota do Enem para entrar no curso de Psicologia, mas acabou não gostando e, atualmente, se prepara para fazer o Enem novamente e conseguir uma vaga em Odontologia. “Quero uma bolsa do ProUni ou financiamento pelo Fies, comenta Joyce.

História do Brasil

Apesar de ter questões voltadas apenas para a história brasileira, a Olimpíada Nacional em História do Brasil também conta muito na preparação para o Enem, pois suas provas envolvem atualidades, filosofia e sociologia. O caráter interdisciplinar das etapas leva os alunos a debaterem temas sociais como preconceito racial, por exemplo.

A Professora Cristina Meneguello, uma das coordenadoras da competição, acredita que a organização das etapas favorece os estudos dos alunos inscritos. “Na primeira etapa, além da orientação dos professores, os estudantes recebem material de apoio para responderem as perguntas”, explica a coordenadora da olimpíada.

Organizadas em seis etapas, as provas acontecem na modalidade online e apenas a última é presencial, no campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em Campinas, São Paulo. “Na fase realizada pela internet os alunos contam com tempo para pesquisa, leitura e interpretação dos textos, isso ajuda muito no Enem”, completa a Professora Cristina.

Um dos grandes diferencias das provas da ONHB, segundo o Professor José Cléber Gomes, um dos participantes, é que “nas quatro alternativas dadas nas questões, mais de uma é verdadeira, e o aluno tem que buscar nessas alternativas aquela que é mais pertinente”. Isso, ainda de acordo com José Cléber, “leva os estudantes a terem mais cuidado com o enunciado da questão”.

No caso de alguns alunos, as provas da olimpíada não ajudaram só na preparação para o vestibular, mas também na escolha do curso. David Felício (foto à esquerda) está no 5º período de História na Universidade Federal do Ceará (UFC) e alega que a principal motivação para participar da ONHB foram os temas: “eram inovadores”, afirma.

“Nos reuníamos uma ou duas vezes por semana, com tempo dedicado à discussões”, diz David, explicando como se preparavam para as provas. Além dos materiais de base fornecidos pela organização do evento, os professores que compunham as equipes também disponibilizavam outros textos para elucidar as questões.

Motivada a estudar História e conhecer alguns fatos sociais, a estudante cearense Letícia Sá participou da olimpíada em 2013 e levou medalha de bronze para casa. Segundo ela, a interdisciplinaridade das questões da ONHB ajudaram muito na prova do Enem, pois “Português, Geografia e História têm questões sociais para interpretação, as mesmas características da olimpíada”.

Por Rafael Batista


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