Antes de compartilhar, leia!

Necessidade de compartilhar notícias rapidamente e sem checar a fonte tem ajudado a proliferar as fake news
Em 04/01/2018 17h14 , atualizado em 04/01/2018 17h17 Por Silvia Tancredi

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Cena: ao navegar pela internet, de repente você vê um texto. Acha o título interessante e resolve compartilhar com os amigos por meio das redes sociais. Detalhe importante: você sequer clicou no link e leu o conteúdo.

Depois que a internet se popularizou, a cena retratada acima é recorrente. Mas por que as pessoas estão compartilhando informações sem ao menos se dar ao trabalho de lê-las? Por impulso? Para ser o mais rápido? Ou para mostrar que “sabem de tudo”? Os motivos variam, mas algo é muito claro: elas estão se deixando levar apenas por um título, o qual pode ser verdadeiro ou falso.

Na corrida contra o tempo para ser o sabichão da vez, muitos comentem erros crassos como compartilhar com grupos, sejam de amigos, sejam da família, informações que não procedem, que não foram apuradas, que não são oficiais. Em nome da instantaneidade para “postar logo”, não abrem o referido link, não leem texto e não veem se a fonte é confiável ou não. 

De que adianta compartilhar tanta coisa nas redes sociais sem a pessoa não as lê e não checa se é verdadeira ou não? Lembrando que ela pode passar vergonha porque, nas tais mídias sociais, quase sempre há alguém disposto a ser o primeiro a apontar erros e criticar. 

Fake news

A consequência (negativa) de tais compartilhamentos é a multiplicação de notícias sem qualidade e falsas, como se fossem verdadeiras - as chamadas fake news. Vale ressaltar que a necessidade de postar rapidamente também pode acarretar prejuízos à imagem do jornalismo

Muitos veículos de comunicação sérios têm perdido a audiência para sites sensacionalistas que publicam informações sem checar a fonte e sem realizar a devida apuração (princípios fundamentais do jornalismo) apenas visando a audiência. Isso sem contar aqueles sites que fazem cópias mal feitas de outras notícias e com erros grosseiros de português.

A boa notícia é que esse cenário tende a mudar. Pelo menos é o que detalhou esta reportagem do jornal Valor Econômico publicada nesta quarta-feira, 3 de janeiro. Segundo o veículo, eleitores de diferentes preferências partidárias manifestaram preocupação com a proliferação de notícias falsas, as "fake news", e, principalmente, receio de eventualmente compartilhar informação que depois se revele mentirosa.

Esta outra reportagem, desta vez do jornal Folha de São Paulo, publicada na madrugada de hoje, destaca que a direção-geral da Polícia Federal vai instalar nos próximos dias em Brasília grupo de trabalho para discutir meios de coibir as fake news nas eleições deste ano.

Boas notícias. E verdadeiras. 

É simples: antes de compartilhar, leia o texto e, se achar que está exagerado ou sensacionalista demais, procure outra fonte; de preferência, um veículo de comunicação sério e que preze pela qualidade das informações que divulga.