Em um primeiro momento, entende-se por desobediência o ato de indisciplina, de não aceitar e não obedecer a uma determinada regra. Assim, alguns podem concluir que a chamada “desobediência civil” pode estar ligada a uma manifestação popular indisciplinada, onde não há ordem, confundindo-se assim com o anarquismo. No entanto, dentro de um contexto histórico pode-se perceber que a desobediência civil está ligada a uma série de conquistas populares de grande valia, onde o direito a [à] liberdade e a [à] igualdade dentro de uma sociedade foram conseguidos a partir de manifestos onde o povo desobedeceu a uma lei injusta imposta pelo estado para poder de tal modo alcançar a justiça para todos.
Mas como uma “quebra de regras” pode levar à justiça? Ora, a desobediência civil é uma forma de manifestação não violenta, onde a massa popular reivindica aquilo que melhor se adéqua dentro de sua comunidade. Assim, compreende-se que o estado como detentor do poder de criar, julgar e executar as leis, muitas vezes criam estas sem a participação popular gerando assim insatisfações dentro das camadas sociais que, por exemplo, podem sair prejudicadas por conta de normas que só beneficiam uma minoria.
Assim, é notável que por ser uma manifestação não violenta e de compromisso com a vontade das classes sociais em geral, a desobediência civil foi e tem sido uma forma de mostrar ao mundo o poder que cada cidadão possui em questionar e buscar seus direitos e a força que cada ser humano move para alcançar sua liberdade que muitas vezes é defraudada por sistemas baseados na aspiração de um pequeno grupo que retém o poder.
As maiores lutas não violentas contra a segregação racial e social e de independência territorial, foram fomentadas por líderes ‘desobedientes civis’, como Gandhi e Martin Luther King, que dedicaram suas vidas em prol de acabar com leis que restringiam a liberdade do cidadão e promoviam a desigualdade entre as classes. Por anos estes líderes junto à população buscaram formas de alcançar uma sociedade mais justa e conseguiram, passando assim a serem exemplos de coragem, justiça, luta e de altruísmo com o próximo.
Em face disso, percebe-se que nem sempre uma lei apesar de estar dentro dos parâmetros da probidade é realmente justa, e que a “desobediência à justiça” às vezes se faz necessária para que a sociedade obtenha a justiça propriamente dita, a justiça que gera a liberdade e a equidade de cada cidadão.
Comentários do corretor
Seu projeto de texto está claro e bem escrito, além de ter feito considerações importantes em torna da problemática instaurada. Para chegar à excelência total procure realizar um melhor trabalho com os recursos argumentativos ( citação, ironia, comparações, fatos, dados, exemplos, retrospectivas históricas etc.) para dar a força a sua argumentação e torná-la mais persuasiva e convincente. Leia e produza sempre!
Competências avaliadas
Item | Nota | |
Adequação ao Tema | Avalia se o texto consegue explorar as possibilidades de ideias que o tema favorece. Como no vestibular, a redação que foge ao tema é zerada. | 1.5 |
Adequação e Leitura Crítica da Coletânea | Avalia se o texto consegue perceber os pressupostos da coletânea, assim como fazer relação entre os pontos de vista apresentados e outras fontes de referência. | 1.5 |
Adequação ao Gênero Textual | Avalia se o texto emprega de forma adequada as características do gênero textual e se consegue utilizá-las de forma consciente e enriquecedora a serviço do projeto de texto. | 1.5 |
Adequação à modalidade padrão da língua | Avalia se o texto possui competência na modalidade escrita. Dessa forma, verifica o domínio morfológico, sintético, semântico e ortográfico. | 1.5 |
Coesão e Coerência | Avalia se o texto possui domínio dos processos de predicação, construção frasal, paragrafação e vocabulário. Além da correta utilização dos sinais de pontuação e dos elementos de articulação textual. | 1.5 |
NOTA FINAL: | 7.5 |
Saiba como é feito a classificação da notas | ||||
0.0 - Ruim | 0.5 - Fraco | 1.0 - Bom | 1.5 - Muito bom | 2.0 - Excelente |