Desabafo - Banco de redações

Sempre que a política brasileira está em pauta, quase que instintivamente pensa-se no seu caráter corrupto e dissimulado. Os cidadãos desistiram de se interessar por algo que tomou tamanha proporção e tornou-se desgostoso de se discutir. É como se não houvesse mais esperança, como se esse defeito estivesse impregnado para sempre em nossa política. Prova disso foi a posse do palhaço Tiririca nas últimas eleições, cujo slogan para atrair votos era: “Pior do que está, não fica”.

Esse fato comprova a opinião que o eleitor tem sobre o assunto, algo que vem sendo discutido desde a redemocratização do país: a impregnação, a aceitação da corrupção na política nacional. Por muitas vezes, fizeram-se ouvir o grito de protesto do povo, mas por mais vezes ainda a corrupção esteve presente nas manchetes dos jornais, sem que o dinheiro público fosse devolvido aos cofres públicos e sem que ninguém fosse parar atrás das grades por mais de um mês. Trata-se do grave problema da impunidade que há tanto prejudica o real progresso do Brasil.

Há também a falsa ideia de desenvolvimento, presente na atual política do Pão e Circo. Ou seja, enquanto o governo investe bilhões em importantes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, crianças do interior do estado do Rio Grande do Sul continuam estudando em escolas de lata, sem as menores condições de um aprendizado sadio. Distrai-se, portanto, às [as] grandes massas [vírgula]os problemas de verdade, como a precariedade do ensino público e dos centros de saúde e da ocupação desordenada de áreas de risco de desabamento.

A corrupção é como um câncer, que apesar da luta incisiva, é muito difícil de curar sem o apoio de alguns agentes importantes. Agentes que estão relacionados ao legislativo, não deixando impunes os que perturbam o progresso do país; aos partidos, passando a se interessar pela posse em nome dos benéficos à nação; e à população, lutando para que sua voz seja ouvida novamente e, principalmente, não aceitando que o caráter democrático do país vá parar dentro de mais alguma cueca.