A realidade imitando a ficção - Banco de redações

O filme “Eu, Daniel Blake” mostra a dificuldade em se obter auxílios públicos e emprego nos grandes centros, bem como a relativa perda de direitos sociais advinda da globalização. No Brasil, a realidade não está muito longe da ficção, visto que os índices de desemprego são altos, com isso — implantou-se a reforma trabalhista (Problema de coesão). Porém, fatores como as consequências da flexibilização, adaptação e novos modelos trabalhistas influenciam na manutenção da problemática.

Primeiramente, é considerável relembrar as bases do cenário nacional, essas se fizeram presentes há mais de 70 anos quando Getúlio Vargas assinou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A legislação supracitada trouxe benefícios como o 13º salário, direito a férias e organização sindical, além de inserir mulheres e menores às condições legais. Atualmente, a nova reforma trabalhista causou em média 100 mudanças na CLT, e alguns trabalhadores e juristas alegam ser inconstitucional por romper com direitos adquiridos historicamente pelo cidadão. Comprova-se isso com o novo modelo pautado no aumento das horas diárias de serviço para 12 h e descanso de 1 dia e meio, diminuição do almoço para 30 min., inserção da terceirização pra atividades-fim e férias parceladas entre outros fatores.

Além disso, com as novas regras o empregado passa a resolver em sua maior parte vários pontos com seu empregador e também por acordo coletivo, o que diminui o saldo de processos trabalhistas. No entanto, ainda com essa vantagem a terceirização poderá ocasionar muitas demissões, visto que o trabalho terceirizado unido ao intermitente seria economicamente mais vantajoso para alguns empregadores, sendo essa uma das principais consequências da flexibilização. É notório que o sistema trabalhista precisava de reformas, no entanto, algumas chegam a ter um teor inverso, correndo o risco de gerar ainda mais desempregos e descontentamento do trabalhador frente as decisões públicas com pouca opinião de quem será regido por tais leis, sendo a isegoria deixada de lado.

Diante disso, medidas como a implementação de representantes do Ministério do Trabalho nas empresas públicas e privadas se faz precisa, a fim de guiá-los ante a nova legislação fazendo com que a adesão não se torne um abuso ao servidor. Ao Poder Judiciário caberá a incumbência de zelar, mediante a legalidade, pelo posto de funcionários ativos, para que esses não sejam retirados sem justa causa apenas em nome da terceirização. Logo, poderá se afirmar que o problema seria atenuado e orientado para melhores perspectivas longe do que fora retratado em “Eu, Daniel Blake”.